O dia de hoje é um marco na história recente do Brasil: exatamente um ano atrás, vândalos inconformados com a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília .
O presidente Lula (PT) convocou governadores e outras autoridades para um ato em defesa da democracia no Distrito Federal, no aniversário da tentativa de golpe, como forma de impedir que o atentado caia no esquecimento.
O evento batizado de “Democracia Inabalada” terá a presença, entre outros, do presidente Lula e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso. Contudo, nem todos os convidados demonstraram interesse em participar desse ato em memória da tentativa de tomada do poder por meio da força .
Uma das baixas mais emblemáticas é do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que desistiu de última hora, afirmando que ficará em Alagoas junto a um parente com problemas de saúde.
Projeção Democracia nos une. Boa noite e ótima semana para todos. 🇧🇷 #EquipeLula
— Lula (@LulaOficial) January 8, 2024
📸 Rubens Gallerani Filho/Audiovisual/PR pic.twitter.com/rDB116gWkO
Até o momento, oito governadores informaram que não vão ao ato marcado para a tarde desta segunda-feira em Brasília. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, informou que não comparecerá por estar de férias.
No ano passado, ele chegou a ser afastado de seu cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, devido à “ omissão e a conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ” no dia do ataque às sedes dos Três Poderes.
O ministro citou a “falta de policiamento adequado, a permissão para que mais de 100 ônibus ingressassem em Brasília sem escolta e a inércia no desmonte do acampamento bolsonarista no QG do Exército”.
A assessoria de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo que é também um aliado político de Bolsonaro, informou que ele está de férias, em trânsito para retornar a São Paulo nesta segunda-feira (8), e que só retomará suas atividades na terça (9).
Já Cláudio Castro (PL), que também é um bolsonarista, fez suspense até o final de semana, mas no fim das contas informou que permanecerá trabalhando no Rio de Janeiro. Até agora, nem Castro nem Tarcísio fizeram menção à data nem ao ato em Brasília por meio de suas redes sociais.
Romeu Zema (Novo), que também é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e um opositor de Lula, informou durante esta manhã que comparecerá ao ato . No entanto, uma postagem do governador em suas redes sociais chamou a atenção.
Nela, Zema questiona o que significa hoje ser 8 de janeiro, e num aparente tom de deboche, destaca uma ação de seu governo, sem fazer referência alguma ao que aconteceu em Brasília um ano atrás.
Hoje é 08/01, sabe o que significa? Que os 50 mil novos alunos selecionados pro Trilhas de Futuro, cursos técnicos gratuitos do Governo de Minas, têm até amanhã pra fazer a matrícula. Corre lá! Qualificação + emprego: a política social que funciona e não aprisiona.
— Romeu Zema (@RomeuZema) January 8, 2024
Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, também não comparecerá ao ato, e justificou sua ausência afirmando que passará por uma avaliação médica, relativa a uma cirurgia cardíaca a que precisou se submeter há um ano.
Em suas redes sociais, Caiado afirmou que no dia da tentativa de golpe teve que interromper seu repouso pós-operatório “para voltar às pressas a Goiás e comandar de perto o trabalho das nossas forças de segurança contra os atos de vandalismo ocorridos em Brasília”.
“E o valor que considero mais fundamental é o respeito à democracia e às urnas. Que, aliás, chamo de Vossa Excelência, porque é a expressão da vontade popular. O debate e a discordância são parte do nosso regime. A baderna, não. É com respeito à democracia que vamos fazer nosso país crescer.”
Há um ano, eu deixava meu repouso médico, após uma cirurgia cardíaca, para voltar às pressas a Goiás e comandar de perto o trabalho das nossas forças de segurança contra os atos de vandalismo ocorridos em Brasília. pic.twitter.com/HxcItA0yL6
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) January 8, 2024
Eduardo Riedel (PSDB), governador do Mato Grosso do Sul, também não comparecerá. No dia 26 de dezembro ele se licenciou do cargo “para descansar e recarregar as energias” até o dia 12 de janeiro. Já o vice-governador, José Carlos Barbosinha (PP), estará em agenda oficial no interior do estado.
Paulo Dantas (PSB), governador do estado de Alagoas, é o único nordestino entre os faltosos. No entanto, ele estará representado pelo vice-governador, Ronaldo Lessa. Nas redes sociais, Dantas afirmou que “dia 8 de janeiro de 2023 jamais será esquecido”.
O dia 8 de janeiro de 2023 jamais será esquecido! Mesmo com tentativa de golpe no Brasil, a democracia venceu. Não permitiremos qualquer tipo de autoritarismo e ataques aos três poderes. Hoje é dia de reafirmar: democracia sempre! Unidos, vamos reconstruir o país. #8dejaneiro2023
— Paulo Dantas (@paulodantasal) January 8, 2024
As baixas de governadores no ato convocado por Lula ainda inclui Gladson Cameli (PP), governador do Acre, que está na China; Mauro Mendes (União Brasil), governador do Mato Grosso; e Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, que não enviará nenhum representante a Brasília.