8 de janeiro: Os governadores que não foram ao ato pela democracia

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, estão na lista de governadores que vão 'levar falta'

Foto: Rubens Gallerani Filho/PR
Projeção no Congresso Nacional traz mensagens de defesa do Estado Democrático de Direito


O dia de hoje é um marco na história recente do Brasil: exatamente um ano atrás, vândalos inconformados com a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília

O presidente Lula (PT) convocou governadores e outras autoridades para um ato em defesa da democracia no Distrito Federal, no aniversário da tentativa de golpe, como forma de impedir que o atentado caia no esquecimento. 


O evento batizado de “Democracia Inabalada” terá a presença, entre outros, do presidente Lula e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso. Contudo, nem todos os convidados demonstraram interesse em participar desse ato em memória da tentativa de tomada do poder por meio da força .

Uma das baixas mais emblemáticas é do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que desistiu de última hora, afirmando que ficará em Alagoas junto a um parente com problemas de saúde.




Até o momento, oito governadores informaram que não vão ao ato marcado para a tarde desta segunda-feira em Brasília. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, informou que não comparecerá por estar de férias.

No ano passado, ele chegou a ser afastado de seu cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, devido à “ omissão e a conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ” no dia do ataque às sedes dos Três Poderes.

O ministro citou a “falta de policiamento adequado, a permissão para que mais de 100 ônibus ingressassem em Brasília sem escolta e a inércia no desmonte do acampamento bolsonarista no QG do Exército”.


A assessoria de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo que é também um aliado político de Bolsonaro, informou que ele está de férias, em trânsito para retornar a São Paulo nesta segunda-feira (8), e que só retomará suas atividades na terça (9).

Já Cláudio Castro (PL), que também é um bolsonarista, fez suspense até o final de semana, mas no fim das contas informou que permanecerá trabalhando no Rio de Janeiro. Até agora, nem Castro nem Tarcísio fizeram menção à data nem ao ato em Brasília por meio de suas redes sociais.


Romeu Zema (Novo), que também é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e um opositor de Lula, informou durante esta manhã que comparecerá ao ato . No entanto, uma postagem do governador em suas redes sociais chamou a atenção.

Nela, Zema questiona o que significa hoje ser 8 de janeiro, e num aparente tom de deboche, destaca uma ação de seu governo, sem fazer referência alguma ao que aconteceu em Brasília um ano atrás. 



Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, também não comparecerá ao ato, e justificou sua ausência afirmando que passará por uma avaliação médica, relativa a uma cirurgia cardíaca a que precisou se submeter há um ano.

Em suas redes sociais, Caiado afirmou que no dia da tentativa de golpe teve que interromper seu repouso pós-operatório “para voltar às pressas a Goiás e comandar de perto o trabalho das nossas forças de segurança contra os atos de vandalismo ocorridos em Brasília”. 

“E o valor que considero mais fundamental é o respeito à democracia e às urnas. Que, aliás, chamo de Vossa Excelência, porque é a expressão da vontade popular. O debate e a discordância são parte do nosso regime. A baderna, não. É com respeito à democracia que vamos fazer nosso país crescer.”


Eduardo Riedel (PSDB), governador do Mato Grosso do Sul, também não comparecerá. No dia 26 de dezembro ele se licenciou do cargo “para descansar e recarregar as energias” até o dia 12 de janeiro. Já o vice-governador, José Carlos Barbosinha (PP), estará em agenda oficial no interior do estado.


Paulo Dantas (PSB), governador do estado de Alagoas, é o único nordestino entre os faltosos. No entanto, ele estará representado pelo vice-governador, Ronaldo Lessa. Nas redes sociais, Dantas afirmou que “dia 8 de janeiro de 2023 jamais será esquecido”. 


As baixas de governadores no ato convocado por Lula ainda inclui Gladson Cameli (PP), governador do Acre, que está na China; Mauro Mendes (União Brasil), governador do Mato Grosso; e Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, que não enviará nenhum representante a Brasília.