'Bolsonaro poderia ter evitado atos do 8 de janeiro', diz Pacheco

Presidente do Senado critica movimentação política do ex-presidente

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na condução política durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na visão de Pacheco, Bolsonaro poderia ter evitado os ataques em Brasília dando uma "sinalização para a democracia".

"[Bolsonaro poderia ter] participado da posse, entregar a faixa presidencial, reconhecendo que perdeu naquele momento, mas que há um futuro pela frente da política em que a direita —não a extrema —, mas que a direita pode ser construída e ter bons propósitos para o Brasil", defendeu Pacheco, em entrevista à CNN.

"O presidente Bolsonaro, nesse sentido, poderia ter evitado esse mal maior que foi o 8 de janeiro. Embora, repito, eu não queira ser leviano e responsabilizá-lo juridicamente por esses atos. Inclusive, isso cabe à Justiça Eleitoral", completou. Bolsonaro é investigado por ter supostamente incitado os ataques do 8 de janeiro.

Na entrevista, o presidente do Senado também disse que os atos golpistas não devem ser esquecidos, mas também não podem "amarrar o Brasil do seu desenvolvimento e da busca da pacificação a pretexto do que aconteceu".

"Nós temos que reconstruir a paz na sociedade, reconstruir a paz na política, entender que o Brasil tem problemas reais a serem enfrentados e que nós precisamos de um mínimo de união no nosso país", declarou Pacheco.

"No final das contas, o que nós temos no 8 de janeiro é uma expressão de insatisfação que foi às raias da criminalidade e da violação de bem jurídicos, e da multiplicidade de crimes de pessoas que se permitiram a pretexto de um falso patriotismo, um pseudopatriotismo, defender o país, entre aspas, mediante de uma forma absolutamente errônea, equivocada e criminosa", disse ele.