"Não há perdão para quem atenta contra a democracia", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu discurso durante a solenidade Democracia Inabalada, que marcou 1 ano dos atos golpistas contra a sede dos Três Poderes em Brasília.
O presidente fez seu discurso no salão negro do Congresso Nacional, que reuniu os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, além de governadores, ministros, parlamentares e representantes da sociedade civil e do Poder Judiciário.
Proposto pelo próprio presidente da República, o evento, batizado de "Democracia Inabalada", busca reafirmar a importância do regime democrático.
Agradecimentos aos agentes de segurança
Durante sua fala, o presidente agradeceu a todos que se opuseram aos atos golpistas. "Quero em primeiro lugar saudar todos os brasileiros e as brasileiras que se colocaram acima das divergências para dizer um eloquente não ao fascismo. Porque somente na democracia as divergências podem coexistir em paz".
Também reconheceu o trabalho dos agentes de segurança. "Aproveito para saudar os trabalhadores e as trabalhadoras das forças de segurança – em especial a Polícia Legislativa – que, mesmo em minoria, se recusaram a aderir ao golpe e arriscaram suas vidas no cumprimento do dever."
Punição aos financiadores
Lula descreveu como, para ele, estaria o país se os atos golpistas tivessem sido bem-sucedidos.
"Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, muito mais do que vidraças [...] teriam sido destruídas. A vontade soberana do povo brasileiro, expressa nas urnas, teria sido roubada. E a democracia, destruída. A esta altura, o Brasil estaria mergulhado no caos econômico e social."
O presidente aproveitou para reinterar a necessidade de punição aos que estavam por trás da organização. "Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos."
Democracia sempre
Ao longo do seu pronunciamento, marcado por críticas aos que não defendem a democracia, aos que propagam fake news, Lula defendeu falou da necessidade de regular as redes sociais, combater as desigualdades e se unir pela democracia.
"Agora é preciso avançar cada vez mais na construção de uma democracia plena.Uma democracia que se traduza em igualdade de direitos e oportunidades. Que promova a melhoria da qualidade de vida, sobretudo para quem mais precisa. Estamos nessa caminhada, e chegaremos mais longe se caminharmos de braços dados", disse o mandatário, que encerrou o discurso falando em "democracia sempre."