O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), emitiu nesta sexta-feira (1°) um alerta máximo à população ao compartilhar imagens de um sobrevoo sobre uma área do município que está sob alto risco de desabamento.
A região em questão está localizada acima da mina número 18 da empresa Braskem e apresenta sinais alarmantes de fissuras no solo. O terreno está afundando a uma taxa preocupante de 2,6 centímetros por hora, acumulando um deslocamento vertical de 1,42 metros.
“Quando você olha outras regiões não existem fissuras (...) Muito provavelmente a área atingida é essa aqui. Já dá para se ter uma previsão do colapso. A área já está toda evacuada. Não há ninguém aqui. Absolutamente ninguém”, explicou o prefeito. “Em caso de colapso a tendência é (a área) aumentar, mas já dá para se ter uma previsão de onde mais ou menos seria o raio de colapso”
“Você pode ainda perceber maquinário, caminhões, máquinas. Elas ainda estão aqui. Mas não há nenhum trabalhador”, acrescentou.
A mina de sal-gema da empresa Braskem prestes a colapsar Maceió pode deixar uma cratera de até 300 metros de diâmetro, segundo a Defesa Civil de Alagoas. Ontem (30), as autoridades da cidade decretaram estado de emergência por 180 dias pelo grande risco de afundamento da região.
O coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas, afirmou à CNN que "não existe tecnologia para mitigar a situação de Maceió. A mina vai eclodir a qualquer momento”.
As autoridades estaduais e municipais acompanham a situação da mina 24h e recomendam a evacuação das pessoas que moram na região. Eles avaliam que o pior cenário será se a cratera tiver 152 metros de raio, o que impactaria mais bairros de Maceió.
“A cratera pode atingir um raio de 150 metros e a população está afastada a 2km de distância. O dano ambiental é certo que vai acontecer, mas não teremos vidas tragadas”, diz a Defesa Civil de Alagoas.
Ainda, quando a mina eclodir, águas da lagoa Mundaú irão preencher a cratera. “A caverna tem 120 metros de altura, 60 metros de diâmetro e um raio de 30 metros. Ela será preenchida com cerca de 400 a 500 mil metros cúbicos de água”.
O governador de Alagoas, Paulo Dantas, mobilizou equipes da Defesa Civil Nacional e do Sistema Geológico Brasileiro para o estado a fim de acompanhar a situação. Ele também assinou um pedido de audiência com a presidência da República para tratar sobre o assunto.