Mohamad Khir Abdulmajid, suspeito de recrutar pessoas para o Hezbollah
Reprodução/TV Globo
Mohamad Khir Abdulmajid, suspeito de recrutar pessoas para o Hezbollah


O empresário sírio (naturalizado brasileiro em 2016) Mohamad Khir Abdulmajid é apontado pela Polícia Federal como o principal recrutador de brasileiros para o Hezbollah, grupo extremista xiita que surgiu no Líbano durante a década de 1980 e tem histórico de conflitos com Israel. 

Após o desenrolar da Operação Trapiche, em que a PF descobriu os planos de ataques contra judeus no Brasil, Mohamad foi considerado foragido e seu nome foi adicionado à lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

A investigação aponta que Abdulmajid chegou ao Brasil em 2008, após ter passado por Ciudad del Este, no Paraguai, e se instalado na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. 


Segundo os investigadores, ele lutou na guerra contra o Estado Islâmico, que era inimigo do Hezbollah e de Bashar Al Assad. Contudo, ao vasculhar as redes sociais de Abdulmajid, a PF encontrou fotos dele posando com um fuzil, em cima de um blindado, que tinha mensagens com a insígnia do Hezbollah. 

A região da tríplice fronteira (ponto onde se encontram os limites territoriais e políticos do Brasil, Paraguai e Argentina) é apontada pelas autoridades dos Estados Unidos como centro de financiamento clandestino para grupos de crime organizado (especialmente tráfico de drogas) e terroristas. 

Depois de passar algum tempo na região fronteiriça, Abdulmajid se mudou para Brasília. Lá, ele abriu uma barraca para vender produtos eletrônicos na Feira de Importados, mais conhecida como “Feira do Paraguai”. 


Em 2013, o empresário entrou no ramo da culinária libanesa, abrindo um bar que oferecia narguilé e shawarma. Atualmente, as empresas constam como “inaptas” nos registros da Receita Federal. 

No ano seguinte, Abdulmajid foi preso em flagrante, sob a acusação de vender bebida alcoólica a menores de idade, e foi solto em seguida, e só teve problemas com a Justiça novamente em 2021, quando foi investigado por contrabando num processo que corre em sigilo na Justiça Federal de Minas Gerais. No ano passado, o empresário também abriu tabacarias na região de Belo Horizonte (MG), no nome de sua esposa.

Ações políticas

Em setembro de 2013, Abdulmajid foi à embaixada norte-americana na capital federal, onde participou de uma manifestação contra a intervenção militar dos Estados Unidos na Síria.

Nas ocasião, ele empunhava cartazes contra o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, e em defesa do presidente sírio, Bashar Al Assad, a quem se referiu como "leão".

Ainda em Brasília, ele esteve em uma reunião com o ex-embaixador sírio no Brasil, Mohamad Khafif, na sede da representação diplomática, em 2018. Na ocasião, ele estava acompanhado de um líder religioso.

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