Luciane Barbosa foi condenada por movimentar dinheiro de seu marido, proveniente do tráfico de drogas
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Luciane Barbosa foi condenada por movimentar dinheiro de seu marido, proveniente do tráfico de drogas

Após o escândalo da visita de Luciene Barbosa de Farias, mulher acusada de pertencer ao Comando Vermelho, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, agora, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania admitiu que custeou as passagens e diárias dela. 

O motivo da visita foi a participação no Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado entre os dias 6 e 7 de setembro. Na ocasião, Luciene foi convidada para representar o estado do Amazonas. 

Luciene é casada há 11 anos com Clemilson do Santos Farias, criminoso membro da organização criminosa Comando Vermelho, mais conhecido como "Tio Patinhas" - saiba tudo sobre ele .

O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, se pronunciou publicamente em uma entrevista coletiva , puxando para si a responsabilidade pelo erro que permitiu a entrada de Luciane Barbosa Farias no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Apelidada de “dama do tráfico de Manaus”, Luciane também é estudante de direito, atua na defesa dos direitos humanos de pessoas privadas de liberdade e foi, ela própria, condenada a 10 anos de prisão por movimentar dinheiro de seu marido (proveniente do tráfico de drogas), mas responde em liberdade.

Elias Vaz disse que Luciane Barbosa entrou no ministério como acompanhante em uma audiência solicitada por Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal (ANACRIM-RJ). 

Ainda segundo Elias Vaz, a ex-parlamentar estaria acompanhada de outras duas mulheres, cujos filhos foram assassinados em 2022, no estado do Amazonas. Na versão dele, Luciene estava acompanhando a audiência e "se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário".

"Se teve algum erro, esse erro foi de minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu iria receber, porque eu poderia ter exigido que cada pessoa que entrasse na minha sala eu pudesse verificar", disse Elias em entrevista coletiva.

De acordo com o jornal Estado de São Paulo, publicação que revelou a visita, não foi a primeira vez que Luciene visitou o Ministério, algo que teria ocorrido em outras duas datas.

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), também se pronunciou sobre o caso. "Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho", escreveu, na rede social X (antigo Twitter). 

Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania ressaltou que custeou as viagens de todos os participantes do evento. “O custeio de passagens e diárias foi realizado com recursos de rubrica orçamentária destinado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ao Comitê, que observou as indicações dos comitês estaduais para a participação no encontro”. Por ora, não se sabem os valores que foram pagos para trazer Luciene ao encontro ou se outras visitas foram custeadas da mesma forma.  

Visitas ao Ministério

Luciene esteve em Brasília e se reuniu com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, em 19 de março. A segunda visita ao MJ ocorreu em 2 de maio, quando ela esteve com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Ela também teve audiências dentro da Pasta com Paula Cristina da Silva Godoy, titular da Ouvidoria Nacional de Serviços Penais (Onasp); e Sandro Abel Sousa Barradas, que é diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen.

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