Luciane Barbosa foi condenada por movimentar dinheiro de seu marido, proveniente do tráfico de drogas
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Luciane Barbosa foi condenada por movimentar dinheiro de seu marido, proveniente do tráfico de drogas


O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, se pronunciou publicamente em uma entrevista coletiva, puxando para si a responsabilidade pelo erro que permitiu a entrada de Luciane Barbosa Farias no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, mais conhecido como “Tio Patinhas” , membro da organização criminosa Comando Vermelho.

Luciane também é estudante de direito, atua na defesa dos direitos humanos de pessoas privadas de liberdade. Elias Vaz disse que Luciane Barbosa entrou no ministério como acompanhante em uma audiência solicitada por Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal (ANACRIM-RJ). 


Ainda segundo Elias Vaz, a ex-parlamentar estaria acompanhada de outras duas mulheres, cujos filhos foram assassinados em 2022, no estado do Amazonas. Na versão dele, Luciene estava acompanhando a audiência e "se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário".

"Se teve algum erro, esse erro foi de minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu iria receber, porque eu poderia ter exigido que cada pessoa que entrasse na minha sala eu pudesse verificar", disse Elias em entrevista coletiva.

Anteriormente, Elias Vaz se pronunciou sobre o caso nas redes sociais, onde declarou que “foi sugerido à advogada Janira Rocha que elas procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN)”. 

“Tenho uma longa trajetória parlamentar e política, sempre com a marca da seriedade. Atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas.”



O ministro da Justiça, Flávio Dino, também se pronunciou sobre o caso. "Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho", escreveu, na rede social X (antigo Twitter).



Novas regras para visitação

Segundo o ministério, Luciane era integrante de uma comitiva que visitou o Palácio da Justiça, e era "impossível" o setor de inteligência da pasta detectar previamente a presença dela, ou seu histórico criminal. 

Agendas públicas das autoridades da República costumam ter informações sobre quem solicitou a realização do compromisso em questão, mas não de todos os membros das comitivas que comparecem às reuniões - o que pode significar um risco para os servidores que trabalham no local - ou, neste caso, um risco político para o governo.

Após a revelação do caso, o Ministério da Justiça editou uma portaria que endurece as regras para visitas à sede da pasta, com o objetivo de elevar o rigor no controle do acesso de não-funcionários, submetendo os nomes dos visitantes a uma análise prévia mais detalhada.

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