Bandeira do Hezbollah
upyernoz/Flickr - 27.09.2005
Bandeira do Hezbollah

Um dos suspeitos que foram alvos da Polícia Federal em uma operação deflagrada nessa quarta-feira (8)  disse ter sido recrutado por um grupo ligado aos  terroristas do Hezbollah. Na ação, dois homens foram presos e há mandados de prisão para mais dois, que estão no Líbano.

Na operação, a PF investiga indícios de que um grupo ligado ao Hezbollah planejava ataques contra sinagogas e outros prédios da comunidade judaica no Brasil.

A investigação aponta para a possibilidade de os homens terem chegado ao Brasil já com informações sobre os locais planejados para os atentados. Dois foram presos em São Paulo. Um deles havia acabado de chegar de uma viagem do Líbano, e foi detido no aeroporto de Guarulhos. A interpol também foi acionada.

De acordo com o depoimento que a TV Globo teve acesso, o alvo que disse ter sido recrutado pelo grupo não foi preso, mas os agentes da PF fizeram buscas e apreensões na casa dele.

No total, os policiais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Na ocasião, foram apreendidos celulares, documentos e dinheiro.

Os investigadores informaram que as primeiras informações de inteligência foram repassadas pelos governos de Israel e dos Estados Unidos. Conforme as apurações, alguns desses alvos chegaram a viajar recentemente para Beirute, capital do Líbano, para encontrar integrantes do Hezbollah.

Nas redes sociais, o  gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou que a Mossad, agência de espionagem internacional de Israel, contribuiu com as investigações da PF.

"As forças de segurança brasileiras, juntamente com o Mossad e os seus parceiros [...] e outras agências de segurança internacionais, frustraram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã", escreveu Netanyahu nas redes sociais.

Após a publicação, o  ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que nenhum representante de governo estrangeiro "pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal".

"O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais", afirmou Dino. "Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento."

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