Na quarta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos no inquérito que investiga um grupo de Whatsapp em que um grupo de empresários é suspeito de planejar uma tentativa de golpe de Estado. As conversas discutiam a elaboração de um plano de golpe caso Lula vencesse - e venceu - as eleições.
A PF quis ouvir Bolsonaro após localizar mensagem atribuída ao ex-presidente, enviada ao dono da Tecnisa, Meyer Nigri, pedindo que o empresário compartilhasse notícias falsas sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e as urnas eletrônicas.
Bolsonaro entregou sua defesa por escrito e, depois disso, declarou que a investigação alcançou o objetivo de “perseguir e inibir” seus apoiadores, em especial o empresário e dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang.
“Sempre estivemos prontos para colaborar. Agora, o que de importante aconteceu no início deste inquérito? O objetivo foi atingido: tirar de circulação, censurar e calar o senhor Luciano Hang, empresário que tinha 10 milhões de seguidores. Serviu também para inibir outras pessoas que eram simpáticas a mim por ocasião das eleições”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também disse que a convocação para prestar depoimento é “mais um fato que mostra no mínimo a parcialidade de como foram conduzidas as eleições do ano passado”, e que repassou mensagens cujo conteúdo vinha “da própria imprensa”.
“Fui incluído [no inquérito] depois de vários meses, por causa dessa mensagem que eu havia passado para Meyer Nigri. É um empresário de São Paulo que eu conheço desde antes das eleições de 2018. [Mas] As mensagens que eu passei, grande parte era da própria imprensa”.