O relator da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
, Ricardo Salles (PL-SP), pediu o indiciamento de onze pessoas, entre elas, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias.
Dias foi indiciado por falso testemunho. Segundo Salles, o ex-ministro de Lula mentiu ao dizer que não teve acesso a nenhum relatório da Abin no período em que foi ministro.
Segundo o relator, “para além da falta de verossimilhança das alegações do depoente, face ao fato de ser o Ministro Chefe do GSI, a quem a ABIN estava subordinada, a sua versão acabou sendo desmentida duplamente, tanto pela fala do Ministro de Estado de Desenvolvimento Agrário, Sr. Paulo Teixeira, quanto do Ministro de Estado da Agricultura e Abastecimento, Carlos Favaro”.
Outras dez pessoas também constam nos pedidos de indiciamento. Veja lista:
- José Rainha, líder da FNL;
- Paulo Cesar Souza, integrante do MST;
- Diego Dutra Borges, integrante do MST;
- Juliana Lopes, integrante do MST;
- Cirlene Barros, integrante do MST;
- Welton Souza Pires, integrante do MST;
- Lucinéia Durans, assessora parlamentar;
- Oronildo Lores Costa, assessor parlamentar;
- Jaime Silva, diretor presidente do Iteral (Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas);
- Debora Nunes, integrante do MST
O deputado Valmir Assunção (PT-BA), foi incluído no relatório preliminar de Salles, mas saiu posteriormente numa espécie de tentativa de acordo para conseguir a aprovação do texto.
Quanto a José Rainha, da Frente Nacional de Luta, Salles disse que o grupo obtêm dinheiro com a prática de invasão, extorsão e outros crimes na região do Pontal do Paranapanema, no estado de São Paulo.
A apresentação do relatório ocorreu nesta quinta-feira (21), mas o deputado Nilto Tatto (PT-SP) pediu vista, com isso, a votação será adiada para a próxima semana, prazo final para os trabalhos da comissão.
O texto de Salles, de 88 páginas, aponta o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) como "o maior latifundiário improdutivo do País" e afirma ter observado utilização de trabalho escravo nos assentamentos.
Já o MST é acusado de "intensa doutrinação ideológica marxista sobre adultos e crianças".
"As informações disponíveis comprovam que não há, ao menos nesse momento, necessidade de se aumentar as áreas destinadas à reforma agrária, mas sim premência de ajustar e viabilizar, pela ótica da eficiência, da meritocracia e da produtividade, os milhares de assentamentos já existentes", diz um trecho do relatório.