Os paulistanos consideram que a violência é o principal problema da cidade de São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha, esta é a primeira vez em 11 anos que o tema aparece em primeiro lugar na lista de preocupações dos moradores, superando o atendimento de saúde, que costuma liderar o ranking.
Na capital paulista, a preocupação com a violência também aumentou em comparação com 2020, passando de 12% para 22%, isto é, crescendo 10 pontos percentuais.
Em relação aos serviços de saúde, os índices indicam melhora na opinião da população. Três anos atrás, durante a pandemia de Covid-19, 23% dos moradores consideravam o tema saúde como o principal problema de São Paulo. Agora, o número vai a 16%.
Depois, aparecem problemas no transporte coletivo, com 8%, nas escolas e creches, com 6%, buracos nas calçadas e no asfalto, com 6%, e problemas na limpeza e coleta de lixo, com 5%. Habitação e quantidade de moradores de rua são mencionados com 4% cada.
As respostas, conforme a pesquisa, são espontâneas, ou seja, não foi apresentada uma lista prévia para que os entrevistados escolham os temas.
Centro de São Paulo
Entre os moradores da região central da capital, a preocupação com segurança é maior, sendo o principal problema da cidade para 32% das pessoas. A violência, no entanto, continua aparecendo no topo das reclamações dos moradores de todas as regiões de São Paulo:
- Zona Sul: 25%;
- Zona Oeste: 24%;
- Zona Norte: 22%;
- Zona Leste: 19%.
A violência também aparece como principal problema para moradores de 25 a 34 anos e que fizeram ensino superior. Para 32% dos entrevistados que estudaram em universidade, o tema é a principal preocupação. O índice cai para 17% e 18% entre quem fez somente o ensino fundamental e médio, respectivamente.
Em relação a partido político, quatro em cada 10 pessoas que disseram ter o Partido Liberal (PL) — mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro — como favorito consideram a violência o maior problema da cidade. Entre os que apoiam outras legendas, a taxa varia de 17% a 20%. Já entre os que não têm preferência partidária, o valor vai a 25%.
A preocupação com o tema também varia de acordo com a renda familiar. Entre os que têm até dois salários mínimos,
18% consideram o principal problema da capital, mas o índice sobe para 24% entre os que têm entre dois e cinco salários e vai a 32% entre os que ganham entre cinco e 10 salários mínimos.
Entre os que têm acima de 10 salários mínimos, a segurança é o principal problema para 28% desse grupo.
Para realizar o levantamento, o instituto ouviu 1.092 pessoas no município, entre os dias 29 e 30 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Prioridade da prefeitura
Embora a criminalidade seja a maior preocupação dos moradores, a maior parte dos entrevistados (25%) afirmam, conforme o Datafolha, que a saúde deveria ser o tema a ser tratado com prioridade pela prefeitura.
Depois, aparecem a violência (18%) e a educação (14%) na lista de prioridades.