O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, explicou nesta terça-feira (29) os motivos que levaram ao apagão nacional no dia 15 de agosto. Segundo ele, o equipamento teve uma falha de respostas em um regulador de tensão, em uma usina localizada no Ceará.
Ciocchi diz que o "evento zero" que teria resultado no apagão foi uma descarga em uma linha de transmissão. Ela conecta as cidades de Quixadá e Fortaleza, no Ceará. O regulador de tensão, que deveria ter respondido ao incidente entre 15 a 20 milissegundos, teve um tempo de respostas entre 50 e 100 milissegundos.
O diretor-geral da ONS participou da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, e explicou que a falha acarretou em diversos outros "pequenos eventos", que acabaram resultando na desconexão total do Sistema Interligado Nacional (SIN). "Quando você tem um problema ele [regulador de tensão] injeta um tipo de energia na rede fazendo com que seja estabilizada a tensão”, disse Ciocchi.
Ele ainda afirma que o desligamento nas regiões Sul e Sudeste foi proposital, para que a situação no Nordeste não fosse agravada. Com exceção de Roraima, o sistema de energia brasileiro é interligado. Isso fez com que para frear uma pane geral no sistema, fosse necessário provocar um apagão geral. Por ser uma ação controlada, foi possível normalizar primeiro as regiões Sul e Sudeste.
Segundo o diretor-geral, uma parte da energia acabou sendo perdida por conta da ação, sendo registrada uma queda de 19.000 megawatts de fornecimento. Isso reflete em cerca de 27% da carga total (73.000 MW) no horário do apagão.