O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que não apoia as invasões de terras públicas feitas no início do ano pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A fala do ministro foi dada durante a sessão da Comissão desta quinta-feira (17). A CPI do MS
T visa investigar a legitimidade das ações do movimento.
Segundo Fávaro, "ainda existem bons exemplos no MST”, sendo por isso necessário que a luta por terras sejam desvinculadas a tais invasões. "Não podemos tratar [o movimento] só como quem quer invadir terra. Quando eles fizerem a coisa certa, terão meu apoio. Quando fizerem errado, podem ficar tranquilos, que eu não vou estar do lado apoiando”.
O relator do caso, o deputado Ricardo Salles (PL-SP), questionou se Fávaro possuía alguma relação com o movimento. O ex-ministro do Meio Ambiente ainda perguntou acerca da posição que Carlos Fávaro tinha sobre a invasão de terras devolutas promovidas pela organização.
O ministro da Agropecuária respondeu: "é legítimo a luta pela terra –pelos meios legais, obviamente. Tenho muitos amigos que fazem parte do MST e tenho muito respeito por eles. Mas qualquer crime registrado tem que ser punido pelos rigores da lei”.
A presença de João Pedro Stédile na comitiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para a China em abril deste ano também foi pauta. Vale ressaltar que Stédile é dirigente do MST e havia publicado um vídeo nas redes sociais dias antes da viagem a China, afirmando que o movimento promoveria novas invasões nos próximos meses.
O ministro disse que a postagem de Stédile só chegou ao seu conhecimento quando estavam cumprindo a agenda. Entretanto, Fávaro não comentou quais ações que tomadas pelo governo após tomar consciência das publicações, apenas levantando que a presença do ativista representava o aspecto democrático da comitiva em "levar para a China todos os segmentos da sociedade brasileira”.
O ministro havia cancelado inicialmente a participação na CPI. Entretanto, ele voltou atrás na decisão após o relator Ricardo Salles o chamar de "traidor do agro", prestando o depoimento nesta quinta-feira (17). Além de Fávaro, outro ministro — Paulo Teixeira — pretou depoimento ao colegiado.