À esquerda, Suel aparece de camisa verde, abraçado ao seu filho, Maxwell Júnior
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Filho de Suel tem mandado de prisão expedido e está foragido


A Justiça decretou a prisão de Maxwell Simões Corrêa Júnior, filho do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como “Suel”, suspeito de participação na execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. 

O filho do ex-bombeiro foi preso por exploração de serviços clandestinos de provedor de internet e TV por assinatura, conhecidos popularmente como “gatonet”, no bairro de Rocha Miranda, Zona Norte do Rio. Ele está foragido. 

Dentre os alvos da operação também estão Welington de Oliveira Rodrigues, conhecido como “Manguaça” (preso); o policial militar Sandro dos Santos Franco (foragido); e Aline Siqueira de Oliveira, esposa de Suel. Ela foi a única dos seis acusados de envolvimento no esquema que não teve prisão decretada, sendo aplicadas medidas cautelares.

De acordo com a denúncia, Suel e Aline teriam usado um carro Land Rover Discovery Sport, avaliado em R$ 213 mil, para lavar dinheiro proveniente da exploração do serviço ilegal. A Justiça pediu o sequestro do veículo e bloqueou as contas do casal. 

Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio, Maxwell Júnior é responsável por repassar ordens a subordinados no esquema, além de centralizar o recebimento do dinheiro das vítimas do esquema.

A nova operação realizada na sexta-feira (4) também levou à expedição de novos mandados de prisão contra Suel e Ronnie Lessa (apontado como o homem que puxou o gatilho no homicídio de Marielle e Anderson), pela exploração de “gatonet”. Eles foram apontados pela investigação como sócios no esquema e são réus por organização criminosa e lavagem de dinheiro.


Segundo a Polícia Federal, Suel começou a explorar “gatonet” ainda em 2008, quando abriu a empresa Flash Net Prestadora de Serviços de Comunicação e Multimídia. A empresa funcionou até 2018, mas Suel continuou o negócio mesmo após o fechamento da firma, segundo o ex-PM Élcio de Queiroz revelou em delação premiada sobre o caso Marielle.

“O gatonet era com o Maxwell na área de Rocha Miranda. No caso do Ronnie, era mais para dentro da comunidade do Jorge Turco (no bairro do Colégio). A maior parte é do Maxwell, só uma parte que era do Ronnie”, disse Queiroz.

O monopólio do negócio na região, segundo a denúncia citada pela PF, era mantido através de ameaças aos moradores da área. “Maxwell está impedindo moradores de instalarem seus serviços de internet, para que os mesmos solicitem os serviços da milícia. Os moradores têm fios de internet cortados e são ameaçados.”

A estrutura do esquema foi alterada com o avanço das investigações nos homicídios de Marielle e Anderson, diante das suspeitas de envolvimento de Lessa e Suel, que levou os dois a fazerem mudanças na estrutura do negócio. Assim, Maxwell Júnior assumiu a função de administrador da empresa, e Manguaça passou a atuar como gerente.

Com o avanço das investigações, o sargento da policial militar Sandro dos Santos Franco, responsável técnico do esquema, arrendou o gatonet de Suel e Lessa e passou a explorar o serviço por meio da empresa TECSAT.

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