Membro do MBL é agredido na UFSC
Reprodução/Twitter MBL
Membro do MBL é agredido na UFSC


A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou uma nota oficial repudiando a agressão a membros do Movimento Brasil Livre (MBL) nas dependências da instituição, ocorrida na última quinta-feira (13). 

Contudo, a nota oficial divulgada pela instituição de ensino também condenou a “ação de grupos organizados, externos à instituição, que promovem invasões a espaços educacionais e atitudes que claramente expressam o desconhecimento da realidade institucional, maculando a imagem da UFSC”. 


Entenda o caso 

No momento da agressão, os integrantes do MBL Gabriel Costenaro, Matheus Batista, Matheus Faustino e João Bettega estavam pintando paredes pichadas na UFSC, realizando ações que eles chamam de “fiscalização” de espaços públicos de ensino. 

Nas redes sociais, João Bettega afirma que levou socos, cotoveladas, pontapés e coronhadas, chegando a desmaiar algumas vezes, no que ele classificou como uma “tentativa de homicídio” que o deixou apenas com algumas escoriações e ferimentos leves. “Me arrebentaram na porrada [...] eu quase morri”, disse Bettega em um vídeo divulgado na internet.

No boletim de ocorrência que registrou, João Bettega alegou ter sido emboscado por cinco pessoas que paralisaram a pintura das paredes, além de terem roubado seu celular, um microfone e um par de óculos. 

O membro do MBL também usou suas redes sociais para divulgar uma nota oficial na qual alega que “o ataque foi organizado por militantes de esquerda e criminosos aparentemente contratados”, além de informar que ele foi hospitalizado, mas passa bem. Por fim, o texto pede orações e alega que “ele não desistirá”. 

Boletim de Ocorrência
Divulgação/MBL
Boletim de Ocorrência


Quem é João Bettega? 

Em 2022, Bettega concorreu ao cargo de deputado estadual no Paraná pelo partido Novo, mas não teve êxito. Dentro do MBL, ele integra um grupo denominado “Inimigos Públicos”, que está fazendo um “tour” pelo Brasil com o intuito de “fiscalizar” obras públicas e instituições de ensino com o intuito de mostrar coisas que eles consideram erradas e atribuem a grupos políticos de esquerda.

Anteriormente, Bettega se envolveu em problemas com a justiça e foi obrigado, no mês de maio deste ano, a retirar do ar um vídeo em que ele fazia perguntas de cunho político para um adolescente com autismo de 16 anos, usando a imagem do rapaz junto ao título “Comunista defende Revolução”, sem autorização da família do jovem.

Não é a primeira vez que Bettega passa por uma situação semelhante, envolvendo atos políticos e agressões. Em junho de 2022, ele estava com o ex-deputado estadual Arthur do Val - mais conhecido como “Mamãe Falei” - em Londrina, no Paraná, quando foram agredidos por Emerson Miguel Petriv, ex-deputado federal conhecido como “Boca Aberta”, que desferiu tapas, chutes e socos na dupla.

Na ocasião, do Val ajudava a promover a pré-candidatura de Bettega, quando procuraram Boca Aberta para apresentar o que chamaram de “nota fiscal do povo” como forma de provocar seu filho, o deputado estadual Matheus Petriv (PROS-PR), que estava sendo cobrado por supostos gastos parlamentares irregulares de seu gabinete.


Ao ser abordado, Boca Aberta pegou um microfone e atacou Arthur do Val. “Aqui Mamãe Falei, vem cá, você vem de São Paulo… você vai levar tapa na cara rapaz. Vai estuprar ucraniana, vagabundo, aqui, estuprador, chama a polícia”, disse o parlamentar.

Após a confusão, do Val quanto Boca Aberta brigaram nas redes sociais. Enquanto Mamãe Falei disse ter sido “espancado na rua” e que o filho de Boca Aberta “engana pessoas que não tem instrução”, Boca Aberta usou o Instagram para dizer que os membros do MBL “fogem de Londrina igual ratos de esgoto”.

Também em 2022, no mês de setembro, Bettega se envolveu em outra confusão na qual terminou apanhando de Tatiana Fruet, esposa do ex-deputado estadual Soldado Fruet. Ela agrediu membros do MBL após ser atacada com ofensas machistas, como o termo “vagabunda”, por exemplo.

“Eles têm mania de desrespeitar as mulheres, e ninguém fala nada. O Bettega costuma ofender os deputados. Eu reagi porque fui xingada de vagabunda por um apoiador de Bettega. Eles precisam aprender a respeitar mulheres”, disse Tatiana.


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