A juíza da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt , proferiu um despacho na tarde da última segunda-feira (05), se declarando suspeita para julgar o ex-deputado Antonio Celso Garcia, mais conhecido como Tony Garcia . Hardt informou que havia protocolado uma representação criminal contra o delator, por crime contra a honra. A magistrada está a frente dos processos da Operação Lava Jato .
A representação criminal contra Tony Garcia foi entregue ao Ministério Público Federal, e foi o motivo que a magistrada se declarou suspeita por questões de "foro íntimo".
Hardt solicitou com urgência que a Corregedoria Regional indique um novo juiz . A substituição da magistrada deve ser feita rapidamente, pois há uma audiência marcada para a próxima sexta-feira (09).
Além da juíza , os advogados de Tony Garcia haviam solicitado a suspeição de Hardt . Entretanto, o pedido foi feito no julgamento dos processos que envolviam o empresário Antonio Eduardo de Souza Albertini, também delator da Lava Jato.
A equipe jurídica levanta na petição protocolada que Hardt estaria comprometida, pois foi quem rescindiu o acordo de colaboração premiada dos envolvidos — Albertini e Garcia — sendo isso um poderia externar as convicções a respeito do que seria julgado.
Outro ponto questionado pelos advogados é que o juiz afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, havia apontado que Hardt se mantinha inércia diante de um depoimento de Garcia . O delator tinha relatado supostos delitos que foram cometidos pelo ex- juiz e senador, Sérgio Moro. Os advogados de Albertini dizem que Moro é amigo pessoal de Hardt .
Na petição, eles argumentam: "o processo, nesse caso, representa um jogo de cartas marcadas, cuja serventia exclusiva será dar roupagem de ‘legalidade’ ao arbítrio, à parcialidade desta magistrada”.