A sessão desta quarta-feira (31) da Comissão Parlamentar de Inquérito
responsável pela investigação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
, a CPI do MST
,
foi marcada por discussões
entre parlamentares
, momentos antes do seu início. As deputadas do PSOL
, Sâmia Bomfim
(SP) e Talíria Petrone
(RJ), tiveram cinco questões de ordem negadas pelo Coronel Zucco
(PL-RS), que preside o colegiado. Além disso, o microfone das parlamentares
foram cortados quando se manifestaram sobre a decisão.
Bomfim e Petrone se levantaram dos assentos e levantaram o tom de voz para que fossem ouvidas após o desligamento dos aparelhos. Ambas tentaram apelar, mas não puderam falar sobre questões, como os dias em que a CPI ocorre atualmente, por exemplo.
A sessão contou com a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que ria durante os apelos feitos pelas parlamentares . O presidente do colegiado respondeu às deputadas dizendo: " Caso tenha alguma consideração, se porte ao presidente da Casa, deputada. Questão de Ordem indeferida". Ele justificou afirmando que as Questões de Ordem devessem seguir os artigos do Regimento Interno da Casa, se limitando ao tema da sessão.
O momento também foi publicado pelas parlamentares nas redes sociais.
Essa não é a primeira vez que o Coronel Zucco
cortou o microfone de Sâmia Bomfim
. O Ministério Público Federal acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que investigue se a parlamentar
foi vítima de violência política, após o episódio que ocorreu a abertura dos trabalhos na última semana.
A procuradora Raquel Branquinho diz que a atitude do parlamentar se enquadra como crime pelo Código Eleitoral. Segundo a legislação, é previsto uma pena de um a quatro anos de reclusão por constranger ou humilhar uma parlamentar , ou candidata, por ser mulher, caso o objetivo seja "impedir ou dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo".