Nesta semana, o governo federal começou a segunda fase das ações para a expulsão dos garimpeiros ilegais de terras do povo Yanomami em Roraima. A informação foi dada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. Esta etapa promete ser mais coercitiva para conseguir retirar as atividades criminosas do local.
As primeiras ações planejadas para a expulsão de cerca de 20 garimpeiros está ativa, e consiste em interromper os transportes aéreos e fluviais, fazendo assim com que os abastecimentos dos grupos sejam bloqueados.
Dino projeta que haja uma saída de cerca de 80% dos garimpeiros nos próximos dias, pouco antes da fase coercitiva. Nesta nova etapa, a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança Pública e as Forças Armadas reforçarão as equipes que já estão atuando.
"É uma operação de alta complexidade. O uso da força sem planejamento poderia piorar a situação. Por isso, desejamos uma saída sem conflitos, mas isso não significa que quem sair pacificamente estará livre de responder por eventuais crimes cometidos", afirma o ministro. Ele completa dizendo que os principais alvos são os agentes públicos envolvidos na tragédia humanitária, ao qual desviaram recursos públicos que eram destinados à saúde, além dos que financiam os garimpeiros.
No último sábado, a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, afirmou haver informações de que garimpeiros ilegais já estavam saindo da reserva indígena.
Guajajara esteve no estado para acompanhar os trabalhos de enfrentamento da crise humanitária dos povos Yanomami. A ministra citou que há medidas para a construção de um hospital de campanha na região do Surucucu, além da abertura de poços artesianos e cisternas para o abastecimento de água potável.
Desde o dia 20 de janeiro, o Ministério da Saúde declarou emergência médica no território. O povo Yanomami apresentava casos graves de desnutrição e doenças, como malária.