Levantamento divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta um crescimento de 54% do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami no ano de 2022. Segundo o relatório, foram 5.053 hectares de território devastados pela atividade garimpeira.
O monitoramento também aponta uma alta exponencial do desmatamento pela garimpo desde 2018, primeiro ano em que a instituição passou a fazer o acompanhamento. Segundo o relatório, no primeiro ano foram devastados 1.236 hectares, o que representa uma alta de 309% com relação ao ano passado.
O Sistema de Monitoramento do Garimpo Ilegal é feito pela associação com imagens da Constelação Planet, satélites de alta resolução espacial. Eles são capazes de detectar com precisão e mais frequência de vigilância áreas muitas vezes não capturadas por outros satélites. Os dados mostram o desmatamento na área que é preservada, mas que é alvo da atividade garimpeira.
A Terra Indígena Yanomami é o maior território indígena do país, com seus mais de 10 milhões de hectares. Pouco mais de 30 mil indígenas vivem na área que deveria, segundo a lei, ser preservada, mas é alvo do garimpo ilegal. A HAY estima que, com a atividade irregular, 20 mil garimpeiros estejam no local.
A porção mais devastada é nas proximidades do rio Uraricoera, ao Norte da Terra Indígena Yanomami. Esta é a principal via fluvial usada pelos garimpeiros para chegar aos acampamentos dentro do território. Seguida pelo rio Mucajaí, na região central, e a região de Homoxi, na cabeceira do Mucajaí.
No relatório divulgado no ano passado, a associação alertou que ao menos 110 comunidades da Terra Indígena Yanomami são diretamente impactadas pelo desmatamento, destruição e a contaminação das águas e dos solos causados pelo garimpo ilegal.
Um dos efeitos está relacionado à saúde dos indígenas , que têm sofrido com o aumento dos índices de malária na região. A devastação cria um contexto propício para a proliferação de doenças.
Informações Sivep Malária , sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, mostram que entre 2020 e 2021, foram registrados mais de 40 mil casos de malária na Terra Indígena Yanomami. A explosão de casos da doença coincide com o aumento da área devastada.
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