Garimpo ilegal na região do Parima, na terra indígena Yanomami, às margens do rio Uraricuera, no município de Alto Alegre, em Roraima
Divulgação - 09/05/2022
Garimpo ilegal na região do Parima, na terra indígena Yanomami, às margens do rio Uraricuera, no município de Alto Alegre, em Roraima

Levantamento divulgado pela  Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta um crescimento de 54% do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami no ano de 2022. Segundo o relatório, foram 5.053 hectares de território devastados pela atividade garimpeira.

O monitoramento também aponta uma alta exponencial do desmatamento pela garimpo desde 2018, primeiro ano em que a instituição passou a fazer o acompanhamento. Segundo o relatório, no primeiro ano foram devastados 1.236 hectares, o que representa uma alta de 309% com relação ao ano passado.

O Sistema de Monitoramento do Garimpo Ilegal é feito pela associação com imagens da Constelação Planet, satélites de alta resolução espacial. Eles são capazes de detectar com precisão e mais frequência de vigilância áreas muitas vezes não capturadas por outros satélites. Os dados mostram o desmatamento na área que é preservada, mas que é alvo da atividade garimpeira.

A Terra Indígena Yanomami é o maior território indígena do país, com seus mais de 10 milhões de hectares. Pouco mais de 30 mil indígenas vivem na área que deveria, segundo a lei, ser preservada, mas é alvo do garimpo ilegal. A HAY estima que, com a atividade irregular, 20 mil garimpeiros estejam no local.

A porção mais devastada é nas proximidades do rio Uraricoera, ao Norte da Terra Indígena Yanomami. Esta é a principal via fluvial usada pelos garimpeiros para chegar aos acampamentos dentro do território. Seguida pelo rio Mucajaí, na região central, e a região de Homoxi, na cabeceira do Mucajaí.

No relatório divulgado no ano passado, a associação alertou que ao menos 110 comunidades da Terra Indígena Yanomami são diretamente impactadas pelo desmatamento, destruição e a contaminação das águas e dos solos causados pelo garimpo ilegal.

Um dos efeitos está relacionado à saúde dos indígenas , que têm sofrido com o aumento dos índices de malária na região. A devastação cria um contexto propício para a proliferação de doenças.

Informações Sivep Malária , sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, mostram que entre 2020 e 2021, foram registrados mais de 40 mil casos de malária na Terra Indígena Yanomami. A explosão de casos da doença coincide com o aumento da área devastada.

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