O ministro da Defesa José Múcio Monteiro afirmou que houve uma "fratura de confiança" na relação do governo com o Exército, o que justificou a decisão do presidente Lula de demitir o comandante da Força, general Júlio César de Arruda , neste sábado (20).
"Evidentemente, depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos , a questão do dia 8 de janeiro , as relações, principalmente do comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança. E nós precisávamos estancar isso logo no início desse episódio. Até para que nós pudéssemos superar esse episódio", disse o ministro em um breve pronunciamento no Palácio do Planalto.
O agora ex-comandante do Exército participou na última sexta-feira (20) de uma reunião, no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Lula, de José Múcio Monteiro, e dos comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.
O encontro foi a primeira reunião do presidente com os comandantes das Forças Armadas após Lula defender punição para militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
O comandante exonerado assumiu interinamente o comando do Exército, em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro, e foi confirmado no cargo pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no dia 6 de janeiro deste ano.
Ele será substituído pelo atual comandante militar do Sudeste, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva , que nesta semana fez um discurso incisivo de defesa da institucionalidade, em que pediu respeito ao resultado das eleições e afirmou que o Exército é uma instituição apolítica e apartidária.
"Conversamos hoje com o general que estava no comando logo cedo, o general Arruda, que eu faço as minhas melhores referências. E por isso eu queria apresentar o seu substituto: o general Tomás, que hoje é o novo comandante das forças Armadas do Exército", disse o ministro da Defesa apresentando oficialmente o novo comandante da Força, que já se encontrou com o presidente Lula.
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