O ministro da Casa Civil, Rui Costa, assume o cargo em uma cerimônia no Salão Oeste do Palácio do Planalto
José Cruz/Agência Brasil - 02/01/2023
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, assume o cargo em uma cerimônia no Salão Oeste do Palácio do Planalto

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou a atuação dos militares no último domingo (8), quando bolsonaristas invadiram a sede dos Três Poderes. Para ele, a ação "está longe de corresponder a uma eficiência para qual essas forças são treinadas". O ministro, no entanto, afirma que este é o momento de pacificar o país. 

Em entrevista ao jornal GLOBO, Costa disse que imagens das câmeras de segurança flagraram bolsonaristas saqueando o caixa eletrônico do Palácio do Planalto. "Há imagens de vários deles tentando acessar os caixas eletrônicos. Um deles chegou a sacar", disse.

A fim de corrigir as falhas, a equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) será renovada, passará por um treinamento e adotará novo protocolo de segurança.

"Vamos apurar as responsabilidades e mudar protocolos de segurança e de treinamento. O que eu vi ali nas imagens é um comportamento muito histérico e fora da realidade. Isso não é de hoje. É uma seita há algum tempo".

Rui Costa afirmou que todos os 37 ministros apoiavam a retirada de manifestantes dos quartéis generais, mas disse haver divergência quanto ao ritmo, se imediatamente ou se levaria dois, três, cinco dias. "Não deveria ter sido permitido em momento algum", declarou. 

Sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que houve conivência de “muita gente das Forças Armadas" durante a invasão ao Planalto, Costa disse que, ao ver os vídeos, fica visível que a atuação diferiu do esperado. 

"O processo de investigação deixará as responsabilidades de cada um mais claras. Os inquéritos serão abertos para civis e eventualmente para militares, se vier a ser materializado e comprovado que não agiram dentro do padrão para qual foram treinados. Isso não é bom para o Brasil."

O ex-governador da Bahia disse também que a prioridade do governo nesse mês será a revisão completa no cadastro dos beneficiários do Bolsa Família e o avanço do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

Ele também minimizou a nomeação da ministra Daniela Carneiro (Turismo), suspeita de ter relação com milicianos, e do ministro Waldez Goés (Integração), condenado pelo STJ por peculato.

"Se o processo, seja de quem for, está em instâncias que ainda não impedem a pessoa de assumir o cargo, não estará impedido. No caso da ministra do Turismo, não temos elemento, absolutamente nenhum, além de fotos de campanha", declarou. 

"Quantas vezes eu estava numa cidade e chega alguém para tirar uma foto comigo, aí depois eu fico sabendo que aquela pessoa tinha envolvimento com coisa errada", completou. 

Sobre Waldez, o ministro disse que ele tem uma decisão judicial que lhe permite ocupar cargo público. "Não cabe a nós ficar nos debruçando sobre os aspectos jurídicos."

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