Instituto Onça-Pintada
Divulgação IOP
Instituto Onça-Pintada

Após ao menos 72 animais terem morrido por negligência e maus-tratos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) multou o Instituto Onça-Pintada (IOP) em R$ 452 mil. Foram registradas mortes de macacos, onças-pintadas, tamanduás, lobos, cervos e pássaros nos últimos seis anos, que eram criados na sede da instituição em Mineiros, no sudoeste de Goiás.

O documento de multas e embargos aplicados pelo Ibama, em junho deste ano, aponta que os óbitos superaram em 3 vezes a quantidade de nascimentos. Segundo o órgão ambiental, o IOP tem atualmente 109 animais sob guarda. Desde 2016, período em que a análise começou a ser feita, o criadouro perdeu cerca de 70% de seu plantel que foi reposto com recebimento de animais.

Entre as mortes registradas em 2016, o relatório, divulgado com exclusividade pelo portal Metrópoles, aponta que sete animais foram vitimados. Entre eles, um lobo guará e um veado-catingueiro foram mortos após picada de serpente, e duas araras-azul predadas por jaguatirica. Em 2017, 19 animais morreram. Entre 2018 e 2019 foram sete óbitos. O ano de 2020 foi o que mais registrou mortes, contabilizando 35 animais no total. No ano passado foram quatro mortes por suposta negligência.

De todos os casos, 52 mortes foram de espécies ameaçadas de extinção e 20 de espécies não ameaçadas. O Ibama não registrou mortes em 2022.

O Ibama ressaltou ainda que o instituto está proibido de receber animais silvestres e expor indevidamente a vida dos animais na internet. Somente no Instagram, a ONG tem mais de 500 mil seguidores, que interagem com as publicações dos tutores mantendo contato direto com animais.


Por estar enquadrada na categoria de criadouro conservacionista, o IOP não pode expor os animais. No entanto, o Ibama alega que o instituto utiliza a internet como via de exposição, onde demonstram animais silvestres sendo tratados como animais de estimação, juntam espécies diferentes (presas com predadores) e, também, espécies silvestres com espécies domésticas.

O GLOBO procurou o IOP, que ainda não se pronunciou até a publicação desta reportagem.

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