Lula discursando no Anhangabaú
Reprodução/YouTube - 20.08.2022
Lula discursando no Anhangabaú

Em entrevista a jornalistas estrangeiros na manhã desta segunda-feira em São Paulo, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o Brasil vive uma situação "um pouco anômala em se tratando de um país democrático” por causa da divulgação de fake news.

"Nós estamos a 41 das eleições e eu penso que todos vocês, que acompanham o processo político eleitoral, sabem que estamos vivendo uma situação um pouco anômala em se tratando de um país democrático porque há muita fake news espalhada diariamente na tentativa de conturbar as boas intenções e a cabeça de milhões de brasileiros", afirmou Lula em um pronunciamento, antes do início das perguntas dos correspondentes estrangeiros.

Em outro momento, durante as perguntas, Lula voltou a dizer que Jair Bolsonaro (PL) é uma “cópia mal-feita de Trump”, em referência ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Indagado se há chance de o atual presidente não aceitar o resultado das urnas, o petista respondeu:

"Esse cidadão pode ficar certo que o resultado das eleições será acatado".

Desrespeito às instituições


O petista também disse que o Brasil hoje está em condições piores do que as de 2003, quando ele chegou ao poder pela primeira vez, e acusou Bolsonaro de não respeitar as instituições.

"Mais grave ainda é que o Brasil neste instante vive um momento de confusão porque o presidente faz questão de não respeitar as instituições que foram criadas para fortalecer o processo democrático brasileiro."

Lula lamentou as mortes do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileira Bruno Pereira e se comprometeu a se empenhar pela preservação da Amazônia:

"Não quero utilizar desmatamento zero porque não quero beirar a perfeição."

O candidato destacou que o Brasil tem soberania sobre o território da Amazônia, mas disse que a ciência deve explorar todo o potencial de biodiversidade da região.

Ao falar de economia, Lula defendeu o investimento público como indutor da retomada do crescimento.

"O Estado brasileiro vai ter que fazer um grande investimento em obras públicas. O Estado precisa ser o indutor desse investimento para que ele motive a iniciativa privada a acreditar que o governo está falando sério. Porque se o governo falar e não acontecer, nenhum empresário vai fazer investimento. Então, o pontapé tem que ser dado pelo governo."

Lula também disse que, caso eleito, pretende trazer a “trazer a taxa de juros para um número considerado razoável”. Argumentou ainda que a alta de preços atual não é causada pela demanda e sim pelos preços administrados.

O candidato revelou que se eleito pretende trabalhar para promover o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Também disse que a ONU precisa ser reformulada para evitar conflitos como a guerra da Ucrânia. Afirmou que espera que até eventualmente tomar posse espera que o conflito já tenha acabado, mas que se isso não acontecer irá trabalhar para negociar um cessar fogo entre a Rússia e a Ucrânia.

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