Nesta quarta-feira (10), o ex-coordenador da Lava Jato usou seu perfil no Twitter para afirmar que as indicações políticas para cargos em tribunais são iguais aos que são feitas na Petrobras durante o Petrolão. Ele acusou o poder judiciário de “garantir impunidade enquanto se saqueia o país”.
“No Brasil, as indicações políticas para certos cargos de tribunais são usadas com objetivos semelhantes aos das indicações para cargos na Petrobras ao longo do Petrolão: para garantir impunidade enquanto se saqueia o país, favorecer amigos, perseguir inimigos e perpetuar o poder”, escreveu.
“No Brasil, o Direito se tornou instrumento de poderosos que aparelham parte dos tribunais para materializar a sua vontade em decisões revestidas de alguma retórica. Isso jamais poderia acontecer na base dos tribunais, controlada por diversos mecanismos, mas sim no topo deles”, acrescentou.
Ele voltou a citar o PT e que sua condenação serve para que outras pessoas não lutem para combater a corrupção.
“O discurso do PT de lawfare, de uso do Direito como arma de perseguição política, não faz sentido, porque é impossível de acontecer na 1ª instância, sujeita a múltiplos controles: recursos, corregedoria e conselhos nacionais. Mas é o que ELES fazem em altos tribunais”, publicou.
“Condenar procuradores da Lava Jato a pagarem R$ 3 milhões, contrariamente a 14 manifestações técnicas unânimes de 5 instituições, é pendurar na forca os procuradores para "dar exemplo", a fim de que ninguém jamais volte a enfrentar corruptos poderosos no Brasil”, prosseguiu.
“É o que os poderosos sempre fizeram com rebeldes. A Lava Jato foi uma rebelião feita dentro da lei contra os maiores saqueadores e ladrões do país. Indignados com a ousadia da plebe, mudaram a lei e agora punem os líderes da operação”, completou.
Ele declarou que vai trabalhar para mudar o sistema eleitoral. Deltan é candidato a deputado federal. “Vamos permitir que continuem a nos roubar? Vamos permitir que roubem e enforquem? Eles saqueiam nossos recursos, nossos direitos, nossa vida e nossa esperança de um Brasil melhor. Que país queremos? Lutarei até o fim para mudar no Congresso Nacional esse sistema”, concluiu.
Na última terça (9), o Tribunal de Contas da União condenou Deltan e Rodrigo Janot a devolver R$ 2,8 milhões aos cofres públicos por irregularidades no pagamento de diárias e passagens durante a Operação Lava Jato.
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