A assessoria jurídica da Arte de Viver — instituição indiana que atua em mais de 156 países — divulgou, por meio de comunicado, esclarecimentos sobre as denúncias de assédio e importunação sexual envolvendo instrutores da ADV. No documento, a organização informa que "as práticas da Arte de Viver, ensinadas há mais de 40 anos, nunca foram usadas como instrumento para qualquer tipo de assédio" e que "se solidariza com as pessoas que tenham se sentido de alguma forma importunada ou incomodada por atos praticados por voluntários da organização". Três mulheres denunciaram abusos dentro da ONG e uma delas foi à polícia.
De acordo com a ADV, desde quando surgiram os primeiros casos de "condutas inapropriadas", a instituição "procurou entender e confirmar os fatos para adoção das medidas cabíveis, em especial, o acolhimento e assistência das pessoas que foram importunadas ou assediadas". Além do apoio psicológico e assistencial, a organização informou que contratou um escritório especializado de advocacia — a Machado Meyer — para, de forma independente, ouvir as denunciantes, acusados e envolvidos para sugerir medidas administrativas e judiciais.
A Arte de Viver apontou ainda que "as vítimas indagadas sobre o interesse no apoio da organização para adoção de medidas judiciais relataram não ter interesse, agradecendo as medidas punitivas de afastamento e desligamento aplicadas aos voluntários". A instituição também nega que as vítimas tenham sido “obrigadas a manter sigilo e não reportar o caso às autoridades competentes”. "O escritório contratado concluiu que os fatos ocorreram sem o conhecimento dos gestores que também são voluntários", complementa a nota.
A apuração dos casos, conforme a ADV, foi feita através do Departamento de Ética, com um canal de denúncia via e-mail "para o recebimento de relatos sobre condutas contrárias aos valores morais e princípios éticos". Até o momento, a instituição afirma não ter sido "intimada ou notificada de qualquer queixa registrada na promotoria da Justiça Criminal de Santo Amaro ou qualquer outra promotoria, delegacia de polícia ou justiça". A nota não informa, no entanto, sobre o fato de duas integrantes do Comitê de Ética, criado em abril, ter dito ao GLOBO que saiu do grupo, junto à outras duas mulheres, por discordar da forma como a ONG estava se posicionando diante das denúncias de abusos.
A ONG ressaltou que "conta com milhares de voluntárias e voluntários em todo o mundo, que se dedicam na promoção da paz e defesa dos valores humanos, repudiando qualquer ato de violação da intimidade e dos demais direitos humanos".
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