Palácio do Itamaraty na Esplanada dos Ministérios
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Palácio do Itamaraty na Esplanada dos Ministérios

O Ministério das Relações Exteriores determinou nesta terça-feira o retorno a Kiev do embaixador do Brasil junto à Ucrânia , Norton de Andrade Mello Rapesta. Ele deixou a cidade em março por questões de segurança, pouco depois do início da invasão russa, e foi transferido para Lviv.

Mesmo com a saída do diplomata, a embaixada permaneceu aberta. Cerca de 250 brasileiros foram atendidos para a emissão de documentos e travessia de fronteiras. As atividades temporariamente instaladas em Chisinau (Moldova), Kosice (Eslováquia), Lviv e Chernivtsi (Ucrânia) foram encerradas depois da retirada de todos os brasileiros que decidiram deixar a Ucrânia.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou neste mês a tentativa de comprar diesel russo, e chegou a falar que a negociação estava "quase certa" e afirmou que não iria aderir a nenhuma sanção econômica contra a Rússia. Também classificou como "dez, excelente" sua relação com o presidente Vladmir Putin.

Na semana passada, Bolsonaro conversou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e afirmou que manteve uma “posição de estadista” na ligação. Zelensky já criticou a postura de neutralidade de Bolsonaro sobre a guerra na Ucrânia, afirmando que não acreditava que alguém poderia se manter neutro enquanto há uma guerra no mundo.


Zelensky relatou que, no telefonema, disse a Bolsonaro que “precisa de uma posição do Brasil” e conta com o povo brasileiro, que descreveu como formado por “pessoas maravilhosas” que “apoiam os mesmos valores” dos ucranianos, “independentemente da língua que falamos”. 

Segundo ele, apesar de o presidente brasileiro dizer que o Brasil apoia a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e “realmente compreende a dor do que está acontecendo com vocês”, afirmou que manteria a neutralidade.

“Eu disse: ‘Queremos o apoio do Brasil. Se amanhã alguém atacar vocês, não ficaremos neutros, independentemente do histórico da nossa relação com um país que viesse a violar a sua soberania. Se alguém capturar a sua terra, matar o seu povo, estuprar as suas mulheres, torturar as suas crianças, como poderia dizer que sou neutro? Eu não tenho esse direito’”, afirmou Zelensky. 

“Relações comerciais são secundárias. Isso se resolve. Mas é preciso haver respeito pelo povo, de um país pelo outro, de um líder pelo outro.”

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