Uma comitiva com representantes de 18 entidades da sociedade civil vai a Washington no próximo domingo para participar de uma série de encontros com autoridades americanas para discutir ameaças ao sistema eleitoral brasileiro.
Entre os dias 24 e 29 de julho, estão previstos mais de 20 reuniões com o Departamento de Estado e com integrantes do Legislativo dos EUA, em que o grupo vai pedir que respeitem o resultado das eleições de outubro.
O grupo reúne organizações nacionais e internacionais que defendem agendas de direitos humanos, como a Articulação dos Povos Indígenas Brasileiros (Apib), a Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Greenpeace Brasil e Conectas.
Na agenda de reuniões, estão previstas conversas com o Departamento de Estado, com a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados americana, além de encontros bilaterais com o deputado Jamie Raskin, democrata que está à frente da comissão que investiga a invasão do Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, em janeiro de 2021.
Paulo Abrão, diretor-executivo da Washington Brazil Office (WBO), que organiza a visita da comitiva, avalia que, diante do passado recente de ataques às instituições vivido nos Estados Unidos, os representantes brasileiros têm muito a falar e a ouvir nos encontros.
"O mundo inteiro acompanha com atenção as eleições presidenciais de 2022 do Brasil. Nos EUA, há uma sensibilidade ainda maior, por causa das tentativas de subversão do processo eleitoral americano em 2020 e da invasão ao Capitólio em 2021", destaca.
Entre os objetivos do encontro, a garantia de endosso ao resultado nas urnas e ao processo eleitoral brasileiro por autoridades americanas é tido como um ponto nevrálgico, na avaliação da diretora de projetos da Conectas, Camila Asano. Ela acredita que o reconhecimento internacional é importante também tendo em vista o histórico recente do país.
“É uma forma de chamar atenção para o que está acontecendo no Brasil, mas também queremos ouvir a partir da experiência desses parlamentes com a invasão do Capitólio, em que uma das instituições da democracia foi atacada diretamente, e o episódio ainda tem impactos na democracia dos Estados Unidos. E também para entender o que permitiu que isso acontecesse e quais lições foram aprendidas a partir desse episódio”, afirma.
Além da viagem marcada para a próxima semana, a comitiva estuda levar a discussão a autoridades de outros países tidos como chave, mas ainda não definiram quais serão as possíveis destinações.
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