O embaixador da Itália no Brasil , Francesco Azzarello, afirma que acredita na democracia e nas instituições brasileiras. Em entrevista ao GLOBO, ele diz que espera uma campanha eleitoral "democrática, sem interferências, onde prevaleça o senso de responsabilidade, a honestidade intelectual, a justiça e o respeito mútuo, no interesse primário e superior do país e de seu grande povo".
Azzarello participou, na última segunda-feira, de uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e cerca de 70 embaixadores, quando o presidente fez ataques sem provas ao sistema eleitoral brasileiro.
Apesar de não ter emitido juízo de valor sobre as acusações infundadas do presidente, ele disse que o governo de seu país acompanha com atenção o que acontece no Brasil, onde vivem 32 milhões de pessoas de origem italiana, 710 mil cidadãos italianos, sem contar os cerca de 150 mil brasileiros que vivem na Itália.
Como o senhor viu o discurso do presidente Jair Bolsonaro?
Acompanhei com extrema atenção o discurso, que se concentrou em questões políticas internas brasileiras, em um momento particular da campanha pré-eleitoral. Um embaixador deve ser sempre um observador imparcial e deve, com sabedoria, saber calibrar suas declarações públicas, sem prejuízo de seu dever de manter informado seu governo, com vistas a manter e consolidar as relações bilaterais que, no caso de Itália-Brasil, são excelentes.
O senhor saiu mais preocupado ou mais aliviado do encontro?
Não saí preocupado, pois os temas discutidos diziam respeito às questões político-jurídicas brasileiras e às relações entre Poderes, reguladas pela Constituição e pela lei.
Como foi a reação dos demais colegas embaixadores?
Não troquei opiniões com nenhum dos colegas.
Como o governo do seu país está vendo os riscos democráticos no Brasil?
O governo italiano sempre acompanha com atenção e respeito o Brasil, uma grande democracia com importantes responsabilidades internacionais, onde vivem cerca de 32 milhões de brasileiros de origem italiana, mais de 710 mil cidadãos italianos, sem esquecer os cerca de 150 mil brasileiros que vivem na Itália.
O senhor mantém confiança na democracia no Brasil e nas instituições?
Absolutamente sim. E desejo ao Brasil e aos brasileiros uma campanha eleitoral democrática, sem interferências, onde prevaleça o senso de responsabilidade, a honestidade intelectual, a justiça e o respeito mútuo, no interesse primário e superior do país e de seu grande povo.
O senhor acredita que pode se repetir no Brasil ou que houve nos EUA, com a derrota de Trump (apoiadores do ex-presidente Donald Trump, insatisfeitos com a vitória de Joe Biden, invadiram o Capitólio)?
Não deveríamos nem mesmo cogitar essa pergunta!
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