A parceria entre o empresário Francisley Valdevino da Silva, o Francis da Silva, e Silas Malafaia foi desfeita, garantiu o pastor, tão logo começaram a circular os primeiros boatos de que o sócio dera calote em investidores do seu negócio com criptomoedas . “Pulei fora”, afirmou Malafaia, ao desafiar qualquer pessoa a apresentar provas de que, em seus cultos religiosos, pedia aos fiéis para investirem na operação de Francis, o sheik dos bitcoins.
Malafaia reconheceu que já teve sociedade com Francis, mas disse que o ex-sócio era dono de outras 136 empresas. Ambos montaram a AlvoX Negócios, que ofertava softwares e recursos tecnológicos para um público cristão. Uma das oportunidades era a revenda de produtos gospel, como livros e bíblias, com ganhos de 10% do valor da mercadoria.
O objetivo da parceria era captar mais recursos para pagar os credores da Central Gospel, empresa criada por Silas para arrecadar recursos para a sua igreja, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Em 2019, em crise, a Central, sociedade de Silas com a mulher, a pastora Elizete, entrou com pedido de recuperação judicial no valor de quase R$ 16 milhões. Para não naufragar, Silas firmou no ano passado a sociedade com Francis. Acreditava que a AlvoX e o seu marketing digital o salvariam em plena pandemia do coronavírus.
Em vídeo institucional sobre o novo negócio, “O início de tudo”, disponível no Youtube, Malafaia disse que “essa nova estação vai nos levar para patamares mais altos e abençoar muita gente, como nunca foi antes”. Em outubro, cinco meses após a abertura da AlvoX, começaram os problemas de Francis com a Rental Coins:
"Quando começamos, ele não estava devendo a ninguém. Quando começou o rumor, pulei fora. Não misturo igreja com negócios. Nunca indiquei os bitcoins para ninguém da minha família ou da igreja."
Malafaia afirmou que, desde a Operação Kriptos, que prendeu Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, em agosto do ano passado, tem alertou ao público de sua igreja sobre os perigos que envolvem ganhar dinheiro fácil.
"Não sou responsável nem pelos atos dos meus filhos mais velhos. Então, como serei pelos dos outros? Não tenho como adivinhar se um sócio é traficante ou estuprador. Não sou Deus, não tenho onisciência", disse.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.