Semanas antes de desaparecer, o jornalista inglês Dom Phillips esteve na aldeia Apiwtxa para entender os conflitos e a cultura do povo indígena Ashaninka. A visita foi motivada pela escrita do seu novo livro sobre o meio ambiente, que trata sobre o protagonismo dos povos tradicionais na preservação da Amazônia. Philips e o o indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor da Funai, não são vistos desde o último domingo.
Em um pequeno trecho do vídeo, compartilhado no perfil do povo Ashaninka, o jornalista diz que as terras indígenas são os lugares mais protegidos da Amazônia e, por esse motivo, ele teria pedido para ir até o local conhecer como as comunidades se organizavam contra invasores e garimpeiros.
“As terras indígenas são os lugares mais protegidos na Amazônia. Então eu pedi para vir para cá para entender como vocês se organizam. Vim para acompanhar um pouco disso e aprender um pouco com vocês sobre como é essa cultura, como lidam com as ameaças de invasores e garimpeiros. E agora estou fazendo um livro para uma editora inglesa, sobre essa questão da preservação da Amazônia. Uma parte muito importante desse livro é a proteção dos povos indígenas e o seu protagonismo”, disse Dom Phillips na gravação.
O povo Ashaninka é composto por cerca de 800 pessoas que vivem na terra indígena Kampa, localizada no Rio Amônia, município de Marechal Thaumaturgo, no Acre.
A terra foi demarcada e homologada em 1992 e abrange 87.205 hectares. Ela faz fronteira com o Peru, com a Reserva Extrativista do Alto Juruá e com a Terra Indígena Arara do Rio Amônia, todos localizados no município de Marechal Thaumaturgo.
No perfil da comunidade, os indígenas pediram ações efetivas nas buscas pelo jornalista e indigenista desaparecidos há três dias.
"Externamos aqui nossa profunda preocupação com o seu desaparecimento, junto com o indigenista Bruno Araújo, pedimos total celeridade nas buscas", escreveram.
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