Homem morre após abordagem da PRF em Sergipe
Reprodução - 26.05.2022
Homem morre após abordagem da PRF em Sergipe

O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para a América do Sul emitiu um comunicado cobrando as autoridades brasileiras sobre uma investigação "célere e completa" da  morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sergipe.

“A morte de Genivaldo, em si chocante, mais uma vez coloca em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil”, disse o chefe do escritório, Jan Jarab.

De acordo com ele, as investigações precisam cumprir com as normas internacionais de direitos humanos e os agentes responsáveis têm que ser levados à Justiça, para garantir uma reparação aos familiares da vítima.

"A violência policial desproporcionada não vai parar até as autoridades tomarem ações definitivas para combatê-la, como a perseguição e punição efetiva de qualquer violação de direitos humanos cometida por agentes estatais, para evitar a impunidade", acrescentou.

Jan Jarab também falou sobre a necessidade de mais formação em direitos humanos para as polícias do Brasil para uma abordagem humana, principalmente com pessoas negras e com problemas de saúde mental.

Nessa quinta (26), a PRF admitiu o uso de spray de pimenta e gás lacrimogênio dentro da viatura . Os agentes envolvidos na ação foram afastados das funções.

No comunicado emitido pela PRF, no entanto, os agentes escreveram que Genivaldo faleceu "possivelmente devido a um mal súbito", mas o Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe afirma que a vítima morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.

"Sessão de tortura"

Genivaldo teria sofrido uma “sessão de tortura” feita pelos agentes, segundo o sobrinho da vítima, Alisson de Jesus. Antes de ser colocado na viatura, a vítima ainda foi agredida com empurrões e chutes na cabeça.

Alisson afirma, ainda, que a família enfrentou dificuldades para obter informações sobre o quadro de saúde dele, tendo sido impedida de entrar no Hospital para onde ele havia sido levado após a abordagem.

"Foi dada a ordem de parada, ele parou, botou a moto no tripé e atendeu todos os comandos que o policial deu. O policial disse para ele levantar a camisa, ele levantou, e falou para o policial que estava com remédios e receita no bolso, indicando que tinha problemas mentais", contou, ao portal FanF1, da Rádio Fan FM.

— Com informações de Agência O Globo

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