Por estar comovida com o caso, a jovem Nadja Santos Melo, de 25 anos, atendeu o telefone receosa e ficou em dúvida se queria falar. Comentou sobre ser um momento muito delicado e cogitou passar o telefone para a irmã. Quando perguntada sobre como estava se sentindo com o ocorrido, levantou a voz, em tom de forte, e afirmou estar completamente consternada com a morte do Tio Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado dentro de um carro da Polícia Rodoviária Federal, em Sergipe.
"Estou indignada. Nós somos humildes, mas somos pessoas de bem. Ele era uma pessoa que tinha transtornos mentais (Esquizofrenia) e não merecia isso. Eu fiquei muito mal, isso foi uma crueldade", completou.
O caso aconteceu na manhã desta quarta-feira (25), quando Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, morreu após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-101 no município de Umbaúba, no litoral de Sergipe.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento da abordagem. Nas imagens, aparecem a vítima sendo algemada e, logo em seguida, amarrada pelos pés. Enquanto tudo acontecia, os moradores da região que presenciaram o caso pediam para que os policiais parassem e alertavam sobre os transtornos do rapaz. Logo em seguida, Genivaldo foi posto pelos agentes no porta-malas da viatura, do carro sai fumaça.
A sobrinha comentou que há muito tempo o tio não apresentava sintomas da esquizofrenia, que tomava os remédios controlados e tinha um bom relacionamento com os outros membros da família. Nadja Santos Melo estava no trabalho quando teve a notícia da morte de Genivaldo. A jovem diz ter ficado em choque e começado a chorar.
A afilhada e sobrinha de Genivaldo, Laís Santos Melo, que é irmã de Nadja, comenta que foi criada e era muito apegada ao tio. Como moraram um tempo na mesma casa, a Laís diz que os dois mantinham uma relação íntima de amizade, estavam acostumados a se ajudar.
"Eu fui criada com ele. A gente sempre se ajudou muito, Eu fico sem acreditar, ele era um homem muito carinhoso. Perder um parente assim é revoltante. Qual foi o motivo de terem tratado ele assim?", pergunta Laís.
A jovem ficou sabendo da morte do tio através de sua mãe, que a chamou para ir ao hospital, mas já sabendo que ele estava morto.
"Ela descobriu na rua, quando a pararam, falaram que ele já havia morrido. Minha mãe chegou abalada em casa e me falou sobre o caso, fomos ao posto quando soubemos", contou a Laís.
Segundo Laís Santos Melo os advogados estão dando suporte à família e colhendo informações. Planejam começar a tomar providências a partir desta sexta-feira (27).
"Vamos tomar as providências cabíveis. Queremos justiça. Não tem explicação para fazerem isso", diz Laís.
A Polícia Federal abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da morte de Genivaldo. Segundo a PRF, "diligências acerca do caso já foram iniciadas, e a PF trabalha para esclarecer o ocorrido o mais breve possível".
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