A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se manifestaram, nesta sexta-feira (15), sobre o ataque sofrido pelo jornalista Gabriel Luiz, de 29 anos, na noite de quinta-feira (14), em Brasília. As entidades cobraram das autoridades uma investigação rigorosa e célere sobre a motivação do crime e reforçaram o repúdio à escalada de violência sofrida por profissionais de imprensa nos últimos anos.
Após o crime, policiais encontraram a carteira de Gabriel, mas não o celular. A Polícia Civil apura se houve tentativa de latrocínio ou se os criminosos agiram com outro tipo de motivação. O jornalista passava em frente ao Edifício Top Master, no bairro Sudoeste, quando foi esfaqueado pelo menos dez vezes — no pescoço, abdômen, tórax e na perna —, no fim da noite desta quinta. Ele foi socorrido pelo Samu e levado ao Hospital de Base, onde segue internado em estado grave.
"A Federação Nacional dos Jornalistas lamenta profundamente a tentativa de assassinato do repórter Gabriel Luiz, ocorrida na noite desta quinta-feira e deseja o restabelecimento do repórter, que segue internado no Hospital de Base, em Brasília. A Federação espera que os fatos sejam investigados com celeridade e que os responsáveis sejam identificados e punidos", diz a Fenaj. "Diante da escalada da violência contra jornalistas no Brasil, é preciso uma averiguação criteriosa da motivação do crime, para que seja esclarecido se está vinculado ao exercício profissional. A Fenaj reitera seu repúdio à violência, em especial a praticada contra profissionais da imprensa, que cumprem o importante papel de levar informações verdadeiras à sociedade".
A ABI, em nota assinada pelo presidente, Paulo Jeronimo, também citou o aumento na violência contra jornalistas, que atribui a um estímulo do atual governo, e exigiu uma investigação aprofundada sobre o caso.
"Diante do ataque sofrido na noite desta quinta-feira, em Brasília, pelo repórter da TV Globo Gabriel Luiz, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) pede a apuração rigorosa do crime. Gabriel levou cerca de dez facadas no pescoço, no abdômen, no tórax e na perna e está internado no hospital em estado muito grave. Sua carteira, com dinheiro e documentos, não foi levada pelos criminosos, mas seu celular, sim. Não se sabe ainda se o crime – gravado por câmeras de vídeo – tem relação com a atividade profissional de Gabriel, mas ele se insere num quadro inaceitável de hostilidade a jornalistas e de crescimento da violência no País, estimulado pelo governo federal", diz a Associação. "A ABI exige que as autoridades policiais investiguem com empenho a tentativa de homicídio e a esclareçam o mais rapidamente possível".
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Em imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia, é possível ver o momento em que Gabriel é seguido à distância na calçada por pelo menos outros dois homens. Eles o atacam logo em seguida. A expectativa é que o vídeo ajude os investigadores a identificarem o quanto antes os autores do crime.
A TV Globo também divulgou uma nota sobre o ataque a Gabriel, na qual diz também esperar que o caso seja esclarecido o quanto antes.
"A Globo lamenta profundamente o ocorrido. Está aguardando as investigações da polícia e prestando toda ajuda ao nosso repórter e aos familiares. A Globo repudia veemente todas as formas de violência e espera que o caso seja esclarecido o mais rapidamente possível".
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