Lixo espalhado pelas ruas do subdistrito de Corrêas, em Petrópolis
Fabiano Rocha / Agência O Globo
Lixo espalhado pelas ruas do subdistrito de Corrêas, em Petrópolis

Na iminência de novas chuvas, que podem provocar novos alagamentos, diversas ruas dos bairros afastados do centro de Petrópolis, na Região Serrana, ainda concentraram pilhas e pilhas de lixos. São objetos, como camas, mesas, cadeiras, armários e até pneus de carros, que foram perdidos por conta da chuva que afetou a cidade na última terça-feira. É possível ver os objetos espalhados pelas ruas — como do subdistrito de Corrêas — que acabam atrapalhando a passagem de carros, ônibus e viaturas. O único local que está limpo é o Centro.

— Preocupa muito (essa quantidade de lixo). Ajudei na rua quarta e ontem. É muita coisa para fazer, muita lama. Ainda tem locais com muito entulho — conta a universitária Ana Clara Banhatto Corrêia, 25, a espera de um ônibus na Estrada União Indústria.

A Prefeitura de Petrópolis afirma que contratou 2,5 mil para ajudar nas obras da cidade, que inclui a limpeza das vias.

O comerciante Pedro Silva perdeu tudo na chuva da última terça. Dono de uma loja de pet shop, ele diz que seu prejuízo é de, no mínimo, R$ 50 mil. Os produtos perdidos ainda se encontram na porta de sua loja.

— Perdi sacos e mais sacos de ração de 15 quilos. A loja foi completamente destruída. Ainda continuamos a limpar. Mas temos que deixar os lixos aqui na porta porque não tem para onde levar.

Nesta sexta-feira, foi difícil encontrar lugar para esperança na paisagem. Parentes e amigos seguiram na dolorosa peregrinação por informações sobre as vítimas. Da noite de quinta para a manhã desta sexta-feira, o total de mortos passou de 117 para 136, como divulgado pela Polícia Civil, ultrapassando as 134 vítimas daquela que, em 1988, era considerada, até então, a maior tragédia na história da cidade serrana. O registro de desaparecidos da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) quase dobrou: subiu de 116 para 213. Imensos volumes de terra e destroços continuaram a ocupar os socorristas na região e indicam que o tamanho real da tragédia ainda é desconhecido.

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