O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tratou como "cenário de guerra" a situação vista em Petrópolis, com as chuvas da tarde de terça-feira (15) que causaram destruição como poucas vezes foi visto: até o momento, são 38 mortos e pelo menos 171 pontos de deslizamento. Ainda há famílias inteiras desaparecidas.
Castro chegou a Petrópolis durante a noite de terça, após cancelar a agenda. O governador anunciou a montagem de um grupo de trabalho emergencial com a Prefeitura de Petrópolis.
"As imagens são muito fortes. É uma tragédia grande. Já estou aqui desde 21h (de terça), cancelei minha agenda e vim para cá. Muitos locais com difícil acesso, um trânsito praticamente colapsado, carros pendurados em postes... São cenas de guerra. Petrópolis precisa do apoio do governo do estado. Montamos um grupo de trabalho integrado, com coordenação da prefeitura", afirmou Castro em entrevista à 'Globonews', durante a madrugada.
No dia 11 de janeiro de 2011, a região serrana do Rio foi palco da maior catástrofe climática do Brasil. De acordo com os dados do Ministério Público, 918 pessoas morreram, 30 mil ficaram desabrigadas e ao menos 99 vítimas seguem desaparecidas até hoje, após um temporal sem precedentes atingir cidades como Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A chuva provocou avalanches de lama e muitas casas desabaram sob a força das águas carregadas de terra e entulho.
Na época do desastre, cerca de 850 mil toneladas de lama e entulho foram retiradas das ruas das cidades. Nos dez anos da tragédia, o governador Cláudio Castro decretou luto oficial e transferiu a sede do governo do estado para a Região Serrana. Em janeiro do ano passado, foi feita a promessa de investir mais de R$ 500 milhões em contenções de encostas, limpeza de rios e obras de infraestrutura em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Areal.