Por Maria Eduarda, Gisela Arcaminate não tem limites. Incansável, a mãe da jovem que está desaparecida desde a tragédia que atingiu o Morro da Oficina, em Petrópolis não desiste da filha de 17 anos. No braço direito, Gisela leva o nome por extenso da filha, mas grita a todo instante pelo seu apelido: Duda.
A luta da mãe começou logo cedo. Nos primeiros raios de sol, a mulher partiu rua acima para tentar encontrar a filha. A cada buraco ou fresta entre os escombros, ela gritava por Duda e torcia para um sinal dela. Antes mesmo das 6h e da chegada dos bombeiros nos locais mais críticos, não passou por sua cabeça que subir sob lajes e escombros de outras casas poderia lhe trazer algum risco. Seu unico objetivo é claro: Duda.
Por Duda, Gisela cavou com pás e com as próprias mãos. A esperança que carrega consigo, mesmo que mínima após ver os estragos causados pela chuva, é o que lhe deu forças para gritar mais uma vez pela filha.
As horas foram passando e cada vez mais Gisela ficou em um estado de choque. Mesmo parada observando de longe o trabalho dos bombeiros ela não deixava de acreditar. Com outros pais que procuravam seus filhos, ela entrou em um modo "automático ", realizava as ações sem processar internamente as emoções.