Nesta quarta-feira (2), o presidente da Concreserv, empresa que participa do reparo do desmoronamento da obra do metrô na Marginal do Tietê, afirmou que mais de mil caminhões de concreto devem ser utilizados nos trabalhos de concretagem da cratera. A medida visa conter novos desmoronamentos.
O reparo do mega buraco começou já na madrugada. De acordo com Fábio Novaes, aproximadamente 120 caminhões da empresa estão sendo usados no transporte de 20 mil toneladas de concreto de sete usinas da Concreserv até o local do acidente.
Caminhões de pedras também foram registrados na região na manhã desta quarta (2), transportando pedras que serão usadas para a estabilização do buraco. As pedras estão sendo jogadas dentro da cratera, junto com a argamassa.
A medida de contenção da cratera foi tomada na noite do dia acidente, nesta terça-feira (1) pelo governo paulista, a concessionária, a Sabesp e a prefeitura de São Paulo. Foi acordado que o poço de ventilação, circulação e emergência que cedeu, chamado VSE Aquinos, precisa ser tapado. Quanto ao trânsito, a prefeitura suspendeu o rodízio de veículos até sexta-feira.
O buraco e o túnel de ventilação estão sendo concretados para dar mais sustentação e evitar mais acidentes na pista da Marginal Tietê, além de apoiar a tubulação de esgoto rompida para poder efetuar os reparos. O esgoto de 9 bairros que passava pela tubulação rompida foi transferido para outra rede paralela na noite de quarta (2).
“Tivemos que suspender o atendimento de outros clientes para atender aqui emergencialmente, para não desmoronar ainda mais a pista. Vai dar entre oito e 10 mil metros de concreto, que corresponde a cerca de 1.000 a 1.200 viagens de [caminhões] de concreto para poder conter o desmoronamento. Essa estimativa é mínima, isso se o desmoronamento não estiver dentro do túnel” , afirmou.
“É necessário no mínimo 20 mil toneladas de concreto. Estamos com sete bombas de concreto bombeando a obra ininterruptamente, carregando de sete usinas de concreto” , completou Novaes.
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Tubulação de esgoto
Quanto a tubulação de esgoto, ainda não há data certa para o início dos reparos, pois será necessário aguardar o término da concretagem e retirada da água que vazou. Esse esvaziamento será feito pelo poço da obra do Metrô, que fica do lado contrário da marginal.
A Secretaria de Transportes Metropolitanos do governo de São Paulo afirmou na noite de terça (1) que a Sabesp atuava para escoar o esgoto que vazou.
“Após o esgoto ter sido totalmente escoado, será possível fazer um diagnóstico mais preciso do interceptor avariado e estabelecer prazos. A tubulação, chamada Interceptor de Esgotos (ITI-7), é responsável por encaminhar o esgoto coletado principalmente na região central da Capital para tratamento na ETE Barueri”, disse a Secretaria em nota. A Sabesp ainda não afirmou o que houve com o equipamento.
Investigação
O governo paulista criou um comitê de 20 integrantes, composto de profissionais das áreas de engenharia, finanças, jurídica e de comunicação para investigar as causas do acidente.
O comitê poderá convidar representantes de entidades da administração do Estado, da prefeitura de São Paulo e de concessionárias de serviços públicos para participar dos trabalhos.
A primeira reunião da equipe já foi realizada na noite do dia do acidente, nesta terça-feira (1).