O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, criticou nesta quinta-feira membros da corporação que se utilizam das suas posições para tirar "proveito pessoal". Maiurino afirmou que agentes não devem virar "celebridades", entrar na política usando a farda ou ganharam dinheiro na internet.
"Nunca utilizem da nossa insígnia e de nossas investigações criminais para tirarem proveito pessoal, virarem celebridades, nas redes sociais e na mídia, abrirem cursinhos, monetizarem no Youtube e, por vezes, se lançarem na política usando a nossa farda", discursou Maiurino, durante cerimônia de encerramento do curso de formação profissional de agente da PF.
No início do seu discurso, o diretor da PF afirmou que "aqueles que se sintam confortáveis podem retirar a máscara" e foi aplaudido pelo presentes.
Também presente na cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o trabalho da PF o ajudou a ganhar visibilidade na política, mas sem entrar em detalhes de como isso aconteceu:
"O trabalho de vocês, em grande parte, fez com que eu aparecesse até na política, em 2018. Não só como discurso, mas dentro da Câmara dos Deputados, como temos aqui alguns parlamentares presentes, deputados federais, oriundos da Polícia Federal, irmanados conosco nessa luta".
Ontem, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra o pré-candidato à Presidência pelo PDT Ciro Gomes e seu irmão, o ex-governador do Ceará Cid Gomes, para apurar um suposto esquema de corrupção envolvendo as obras da Arena Castelão, que passou por uma reforma para a Copa de 2014. Ao autorizar as buscas, a 32ª Vara da Justiça Federal do Ceará também determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico deles.
Em uma rede social e posteriormente em nota, o presidenciável classificou a ação de "abusiva" e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro "transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade". Disse ainda que o Castelão "foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002" e que não teve nenhuma relação com a obra, já que não ocupou cargo público relacionado ao estádio.