Pela primeira vez desde a prisão do ex-casal, em 8 de abril, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva e o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, irão ficar lado a lado. Réus por torturas e homicídio do filho dela, Henry Borel Medeiros, o ex-casal irá participar da continuação da audiência de instrução e julgamento do processo, que ocorrerá no plenário do II Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio. A partir de 9h30m desta terça-feira, dia 14, devem ser ouvidas sete testemunhas selecionadas pelo ex-parlamentar é uma arrolada pelo promotor Fábio Vieira, do Ministério Público.
Na primeira parte da audiência, em 6 de outubro, Jairinho participou por videoconferência do Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, onde está preso. No pedido, o advogado Braz Sant’Anna alegou que não havia necessidade da presença física do réu e a utilização do recurso tecnológico se daria em razão da pandemia, já que sempre que os detentos deixam as unidades prisionais e retornam, precisam ficar em quarentena.
Já Monique esteve presencialmente na audiência. Acompanhada dos advogados Thiago Minagé e Hugo Novais, ela participou fazendo anotações no processo e ajudando os defensores a localizar informações sobre as investigações nas páginas.
Nesta manhã, a primeira testemunha a ser ouvida deverá ser a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos, arrolada pelo promotor Fábio Vieira e que não havia sido localizada nem intimada para a audiência do dia 6 de outubro. Em depoimento prestado na 16ª DP (Barra da Tijuca), em 14 de abril, a profissional contou trabalhar em um salão de beleza no Shopping Metropolitano frequentado por Monique desde janeiro. Ela relatou lavar o cabelo da professora, por volta de 16h30 do dia 12 de fevereiro, quando presenciou uma chamada de vídeo feita por Henry.
Na ligação, Tereza disse que o menino perguntava: “Mãe, eu te atrapalho? O tio disse que eu atrapalho”. A criança também teria relatado que “o tio bateu” ou “o tio brigou”. A cabeleireira contou também que Monique falou com a babá de Henry, Thayna de Oliveira Ferreira, que mandou vídeos dele mancando. Em seguida, a professora teria recebido um telefonema de Jairinho, com quem teve uma discussão. Após a oitiva da profissional, será ouvido o policial civil Sigmar Rodrigues de Almeida. Ele é amigo de Leniel e o levou do Hospital Barra D'Or a 16ª DP, para registrar o caso, e ainda o acompanhou ao Instituto Médico-Legal (IML).
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Na sequência, será ouvida Cristiane Isidoro, assessora do deputado estadual Jairo Souza Santos, o Coronel Jairo, pai de Jairinho, por cerca de 30 anos. Ela também trabalhava para o então vereador na época da morte de Henry e ajudou a família nos trâmites burocráticos, como o pagamento do enterro do menino. Depois, será ouvida a secretária executiva Fernanda Abidu Figueiredo, ex-namorada de Jairinho e mãe do filho mais velho dele, o estudante Luis Fernando Abidu Figueiredo Santos, que também foi arrolado como testemunha.
Serão ouvidos ainda o ex-motorista do ex-parlamentar, Rogério Baroni, e a tia de Jairinho, a professora Herondina de Lourdes Fernandes. Foi na casa dela, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde ele estava com Monique ao ser preso por policiais da 16ª DP. Na ocasião, dois celulares foram arremessados do quarto onde o casal dormia pelo basculante do banheiro.
Por fim, deverá depor também Thiago Kwiatkowski Ribeiro, conhecido como Thiago K Ribeiro, que foi vereador com Jairinho na Câmara Municipal do Rio por três mandatos e tomou posse como conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) esse ano.