A sobrevivente do incêndio da Boate Kiss, Cristiane dos Santos Clavé, deu um depoimento, neste sábado (4), e contou como conseguiu sair da boate logo após o início do incêndio. Segundo ela, seu irmão foi buscá-la e ajudou a quebrar as paredes do local para tirar a fumaça tóxica.
"Quando meu irmão chegou, eu disse pra ele que aquilo era um filme de terror. Meu irmão foi tirar as madeiras que revestiam a parede. Ele veio até a mim dizendo que ia entrar. Eu disse pra ele não entrar", contou emocionada.
"Muita gente morreu sem saber o que estava acontecendo", acrescentou.
Ao todo, 242 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas. O julgamento da tragédia que aconteceu em 2013 entrou, neste domingo (5), no quinto dia.
O incêndio
No dia 27 de janeiro de 2013, a casa noturna localizada em Santa Maria (RS) recebeu centenas de jovens para uma comemoração. No palco, havia dois shows ao vivo. Mais de 800 pessoas estavam no local, acima da capacidade máxima da boate, que era de 690 pessoas.
O fogo começou depois que um sinalizador foi aceso dentro do local. Um dos depoentes afirmou que os colegas logo tentaram apagar o incêndio, mas o extintor não teria funcionado.
As faíscas atingiram o teto revestido de espuma e logo o fogo se espalhou. Além das espumas, a boate tinham muitos pontos em madeira, o que também ajudou a alastrar o fogo rapidamente.
Ainda sem saberem do que se tratava, seguranças tentaram impedir a saída antes do pagamento das pessoas.