Após a cerimônia de cremação do filho, o piloto de avião Gustavo Calçado Carneiro, de 27 anos – vítima do acidente aéreo, na última quarta-feira, entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ) – a dentista Leila Reis Calçado Carneiro usou as redes sociais para homenageá-lo. Leila, que não quis enterrá-lo, escreveu: “Amar. Amar sempre. Vou te amar eternamente”.
A mensagem foi acompanhada de uma foto de mãe e filho. Após a publicação, dezenas de familiares e amigos deixaram mensagens de carinho e condolências para a mãe. O aviador era o mais velho de dois irmãos. Natural de Minaçu, em Goiás, o rapaz vivia em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, desde os cinco meses de idade. Há cerca de três anos, ele veio morar na capital fluminense.
Era Gustavo o responsável por pilotar o bimotor modelo PA-34-220T, prefixo PP-WRS, que caiu em alto mar. Além do jovem, estavam a bordo o copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20, e o empresário Sérgio Alves Dias Filho, de 45. Ambos ainda estão desaparecidos. O avião bimotor desapareceu por volta das 21h de quarta-feira, após deixar o Aeroporto de Campinas, com destino a Jacarepaguá, na Zona Oeste.
O corpo de Gustavo foi encontrado, na tarde de quinta-feira – horas após a queda – por equipes da Força Aérea Brasileira (FAB) já em águas do Rio de Janeiro. De acordo com a FAB, a correnteza levou o corpo para as redondezas de Paraty. Os familiares do rapaz o reconheceram na manhã de sexta-feira e a cremação aconteceu na tarde do último sábado no Cemitério da Penitência, no Complexo do Caju. As cinzas do corpo do rapaz serão levadas para sua cidade natal.
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Aos amigos, Leila sempre destacou que queria que o filho cursasse Odontologia. No entanto, ele decidiu cursar Ciências da Aeronáutica. A dentista também falou sobre o sonho profissional do jovem. “Era montar uma companhia aérea em Corumbá, com voos para outras cidades, como Campo Grande. Ele falava que Corumbá merecia ter uma empresa de táxi aéreo. Esse era um dos projetos de vida dele”, relatou a amigos.
Nesta segunda-feira, entrou para o quinto dia a procura pelos outros dois desaparecidos. Além do Corpo de Bombeiros do Rio e de São Paulo, a Marinha e a Aeronáutica dão apoio nas buscas. Familiares de José Porfírio e de Sérgio Dias Filho contrataram equipes de busca particulares para o resgate. Lanchas, barcos e helicópteros particulares atuam na procura.
A aeronave em que o trio estava não poderia fazer táxi aéreo, mas tinha autorização para fazer voos noturnos privados. A vistoria estava em dia. O bimotor foi fabricado em 1981. Seu Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) venceria em 6 de agosto de 2022.