Ilustração em preto e branco de um homem de cabelo afro, simbolizando uma pessoa negra
Reprodução/redes sociais
Ilustração em preto e branco de um homem de cabelo afro, simbolizando uma pessoa negra

Na escola de Ribeirão das Neves, na Grande BH, uma atividade provocou revolta ao solicitar que os alunos usassem bombril para ilustrar o cabelo afro de uma pessoa negra . A professora responsável se justificou, após repercussão negativa, e disse que o objetivo era estimular a percepção tátil e promover reflexão sobre a identidade negra.

A atividade foi enviada em um de grupo de  WhatsApp para os responsáveis dos estudantes da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) Maria Azevedo Costa. De acordo com o BHAZ, a professora enviou um áudio dando as orientações para a atividade, da disciplina de Artes.

“Hoje é Dia da Consciência Negra, então vocês vão fazer o seguinte: colocar, em cima do cabelo, fazendo um enfeite com bombril”, disse a educadora, no sábado (20/11). A tarefa consistia na ilustração em preto e branco de um homem de cabelo afro, simbolizando uma pessoa negra.

Justificativa da professora na íntegra

“Boa tarde , venho por meio deste explicar sobre a atividade proposta por mim, Luciana Silva professora do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Especial Maria Azevedo Costa ,da APAE com formação em Artes e Pedagogia.

Minha turma é composta por 08 estudantes com deficiência múltiplas. O trabalho está sendo desenvolvido de forma remota por ser público de risco.

No dia 20/11 dia da Consciência Negra, postei no grupo de whatsapp dos familiares dos meus alunos uma tarefa onde eles deveriam compor o cabelo do desenho enviado, com fios de aço , pois na mesma atividade eu postei um texto de Paulinho Camafeu retirado o Jornal O Tempo do mesmo dia, onde relata as dificuldades das pessoas negras em arrumar emprego por causa da sua cor e principalmente por causa da características dos seus cabelos.

Com isso quis demonstrar para os meus alunos que o tipo de cabelo e ou a cor da pele não pode ser referência para dar oportunidades, bem como todos somos iguais independente das características.

O objetivo com a atividade foi valorizar a cultura negra e afrodescendentes com suas características. E como tem na ementa da disciplina de Artes a Exploração de diferentes materiais de textura, nas atividades propostas no dia a dia onde visa o desenvolvimento da imaginação, estimulando a percepção visual, tátil e a motricidade fina promovendo a capacidade de expressão e conhecimento do mundo.

E os meus alunos mais do que qualquer pessoa, acreditam que somos todos iguais considerando que são pessoas com deficiência e carregam preconceitos e mitos há séculos.

E eu como professora de estudantes com deficiência promovo ações que demonstra essa igualdade que todos queremos.

Portanto quero aqui pedir desculpas se despertei uma impressão de preconceito, minha intenção foi exatamente o contrário, ou seja promover a reflexão sobre a identidade negra.

Escrito pela Professora Luciana Silva“.

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