Colégio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador (BA)
Reprodução/TV Globo
Colégio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador (BA)

Alunos do Colégio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, Bahia, fizeram um protesto na tarde desta sexta-feira, em apoio à professora de filosofia que foi intimada pela polícia após um  aluna registrar ocorrência alegando que ela ensinava "conteúdo esquerdista" em sala de aula.

Entre os assuntos abordados, estariam questões de gênero, racismo, assédio, machismo e diversidade. A mãe da estudante havia alegado que as aulas possuíam cunho  "esquerdista" e "feminista". De acordo com os alunos, em vídeo do ato divulgado nas redes sociais, a professora "foi violada e sofre uma perseguição que confunde ideologia com educação". Veja o vídeo:

"A escola é um ambiente democrático onde nós estudamos e vamos defender os nossos mestres. Enquanto existir democracia, nós estaremos reunidos", gritam os alunos em protesto.

De acordo com a Polícia Civil, a mãe da aluna que realizou a denúncia relatou que a adolescente foi hostilizada na escola e impedida de participar de atividades em grupo, sob consentimento da professora. As pessoas envolvidas no caso estão sendo ouvidas na unidade especializada.

O sindicato disse que seu departamento jurídico foi acionado por um grupo de professores e observou atitudes "inamistosas e de perseguição" por parte de uma estudante contra uma docente de filosofia do colégio Thales de Azevedo.

"A APLB-Sindicato, legítima representante dos trabalhadores e trabalhadoras em Educação vem a público manifestar toda a sua solidariedade e apoio jurídico aos docentes da Escola Estadual Thales de Azevedo por tentativas de intimidação, coação e pressão psicológica por grupos de extrema direita que tentam cercear a livre expressão e tumultuar aulas e algumas atividades propostas pelos professores e professoras", disse o sindicato em nota.

Reunião com secretário

O secretário da Educação do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, se reuniu nesta sexta-feira com a professora, o corpo docente e os gestores escolares na unidade escolar. De acordo com a secretaria, a pasta acionou a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que prestará toda a assistência jurídica à educadora e a acompanhará na oitiva. A equipe de psicólogos da SEC também foi colocada à disposição.

A SEC destacou que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) assegura o respeito à liberdade e o apreço à tolerância, além de garantir o livre exercício da docência. Disse ainda que os conteúdos ministrados pela professora em sala de aula estão em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Referencial Curricular do Estado, acompanhados pela Coordenação Pedagógica da escola.

"A SEC acompanha o caso e manifesta solidariedade à professora e ao corpo docente, bem como reafirma o compromisso com a livre docência, a pluralidade de ideias, o livre debate e a democracia", disse em nota.

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