O secretário do ex-juiz Pedro David Galeano, assassinado dentro do seu escritório de advocacia no Paraguai nesta quarta-feira (17), foi preso por suspeita de envolvimento no crime.
É o 5º assassinato de uma autoridade nos últimos três meses no Paraguai de acordo com levantamento feito pelo portal UOL. A suspeita para essa e outras mortes é a ligação dos juízes com as investigações sobre o narcotráfico na área de fronteira entre o Paraguai e o Brasil.
O crime
Segundo a polícia paraguaia, dois homens desceram de uma moto e perguntaram ao secretário Alcides Rubén Rojas Acosta onde estava o ex-juiz. Galeano foi atingido por ao menos um tiro na nuca e outros dois no peito.
Após o crime, os suspeitos voltaram a cruzar pelo secretário. Eles então voltaram a embarcar na moto e a abandonaram a quatro quarteirões do local do crime.
À polícia, o secretário afirmou que não ligou para as autoridades porque não viu o assassinato e pensou que estava tudo bem. Investigadores revelaram que ele foi preso em seguida por causa das contradições em seu depoimento.
Juiz já tinha histórico
O ex-juiz já tinha escapou de um atentado em 2018, quando um brasileiro tentou surpreendê-lo no momento em que ele estava prestes a entrar na própria casa. Na época, ele reagiu e disparou contra o suspeito, que morreu no local.
Segundo investigações, a morte de juízes e políticos locais tem relação com o narcotráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai e ainda há o envolvimento, inclusive, do PCC (Primeiro Comando da Capital), que atua na região.
Um dos episódios de maior repercussão envolveu o assassinato do ex-deputado Carlos Rubens Sanchez Garcete, morto dentro da própria casa em Pedro Juan Caballero no dia 7 de agosto.
Situação complicada
Nos últimos três meses, houve pelo menos seis atentados com mais de uma vítima. Os casos foram registrados em quatro municípios da fronteira entre Brasil e Paraguai: a fronteira entre Pedro Juan Caballero com a brasileira Ponta Porã (MS) e a divisa entre a paraguaia Capitán Bado e Coronel Sapucaia (MS) são pontos estratégicos para o narcotráfico e têm sofrido com a intensa violência.
A região conta com um policiamento precário, o que facilita o trânsito de drogas entre os países.