O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende realizar uma visita ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, ainda neste ano. Após ser flagrado caminhando isolado na antessala do G20, o mandatário brasileiro busca uma aproximação com o líder russo. As informações são do jornalista Jamil Chade.
Segundo interlocutores, o encontro entre os chefes de estado poderá ocorrer no final de novembro na capital russa, Moscou. O chanceler Carlos França confimou a intenção da viagem, mas ressaltou que uma eventual piora na pandemia de covid-19 pode frustrar os planos do governo brasileiro.
O ponto de encontro que une as visões dos presidentes são a defesa da família e uma frente contrária a ampliação de direitos às mulheres. Isso porque, nos últimos meses, o Kremlin criticou as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) em temas relacionados a proteção de mulheres e meninas adolescentes.
Em discurso realizado em 21 de outubro, Putin comparou as discussões atuais com as tentativas comunistas de pautar debates nos anos 20. Segundo o mandatário russo, há uma tentativa de abolir conceitos como homem e mulher.
"Quem ousar mencionar que os homens e as mulheres existem de fato, o que é um fato biológico, correm o risco de ser alvo de um ostracismo. Isso não é novidade; na década de 1920, os chamados Kulturtraegers soviéticos também inventaram algumas notícias acreditando que estavam a criar uma nova consciência e a mudar os valores dessa forma. Chamando as coisas pelos seus nomes, isso beira a um crime contra a humanidade, e isso está a ser feito em nome e sob a bandeira do progresso".
Vladimir também chamou de "monstruosos" os educadores que informam a meninos que estes podem "tornar-se numa menina e vice-versa".