Policiais militares fizeram cortejo fardados para colega
Reprodução O Globo
Policiais militares fizeram cortejo fardados para colega

A Polícia Militar e a Prefeitura do Rio confirmaram, nesta terça-feira, a morte de um PM por febre maculosa . Os exames do segundo policial morto ainda estão sendo analisados. Até o momento, mais nenhum policial teve contaminação pela doença confirmada. O nome dele não foi informado. O treinamento onde policiais militares teriam sido contaminados com febre maculosa foi realizado em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

A Prefeitura do Rio disse que o policial era morador de Teresópolis. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio) esclarece que os casos são notificados de acordo com o município de residência do paciente. "Os demais policiais que participaram do treinamento passaram por avaliação clínica e exames complementares e não são considerados casos suspeitos da doença", diz o órgão.

Nesta segunda-feira, ações de avaliação do ambiente e coleta de vetores ocorreram no local específico da provável infecção, em um trabalho conjunto entre as secretarias Municipal e de Estado de Saúde e a Polícia Militar. A SMS-Rio ressalta que o bairro de Campo Grande não é considerado foco de febre maculosa e que não há vetores infectados espalhados pela cidade. O carrapato transmissor da febre maculosa parasita animais de grande porte ou silvestres, não sendo um risco para a área urbana.

Dois PMs morreram após participarem do Curso de Operações de Polícia de Choque (COPC). O local da realização do curso foi confirmado pela assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Polícia Militar. O secretário estadual de Saúde Alexandre Chieppe disse, nesta segunda-feira, que a pasta investiga os óbitos dos agentes e que a região não tem histórico da doença.

De acordo com informações obtidas pelo GLOBO, o treinamento aconteceu no Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, conhecido como Batalhão Tonelero. É a unidade militar dos Comandos Anfíbios (COMANF), que são um grupo de elite do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha.

No domingo, o cabo Mario César Coutinho de Amaral morreu, com suspeita da doença. Mario estava na corporação havia nove anos e no Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) havia quatro, onde era instrutor.

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Na última sexta-feira, o sargento Carlos Eduardo da Silva também morreu com suspeita. O policial atuava como instrutor do curso deste ano e adoeceu durante a "etapa da mata" da instrução. Os exames complementares para checagem das circunstâncias do óbito, no entanto, ainda estão sendo realizados pelo Hospital da Fiocruz, onde o agente estava internado quando faleceu.

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De acordo com o secretário Alexandre Chieppe, outros dois militares tiveram casos assintomáticos da doença.

"Tiveram dois casos sintomáticos e os dois pacientes notificados evoluíram a óbito. A febre maculosa é uma doença transmitida por uma bactéria que tem que ter um vetor de transmissão, o carrapato. Um carrapato específico que geralmente sobrevive em equinos ou capivaras, que são comuns em beira de rio. Tanto que os locais de ocorrência sobre febre maculosa no Rio geralmente são as regiões Noroeste e Serrana. Essa região que fomos notificados, ainda preliminar em uma investigação que está em curso, não é uma área endêmica da febre maculos", afirmou o secretário.

Outros militares que participavam do curso estão sendo acompanhados, sob avaliação e passando por testes, pelo Ambulatório de Febre do Instituto Oswaldo Cruz. Segundo relatos, a transmissão da doença aconteceu durante uma "etapa de mata" da instrução, mais longa durante o COPC. Por enquanto, o Curso de Operações de Polícia de Choque (COPC) está suspenso.

A Secretaria de Estado de Saúde confirmou que há um outro caso suspeito de febre maculosa em investigação no município de São da Barra, no Norte Fluminense. Amostra coletada pelo município será enviada à Fiocruz, para análise e a previsão é de que o resultado saia em até sete dias. Ainda segundo a secretaria, até o momento, foram registrados 12 casos de febre maculosa com três mortes no estado do Rio. No ano passadom foram 12 casos com duas mortes.

A Secretaria municipal de Saúde informou que o último caso de febre maculosa registrado na capital foi em 2018, no bairro de Madureira, com local de infecção provável em outro estado, de acordo com a investigação epidemiológica. A respeito do caso dos PMs, o órgão informou que maiores informações sobre o cenário de risco serão definidas a partir da investigação em curso sobre o local provável de infecção pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e Vigilância Ambiental. "Os resultados das apurações e as medidas tomadas serão informados oportunamente.", informou por meio de nota.

Confira a nota da SES

"A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), confirma que está em investigação um caso suspeito de febre maculosa no município de São João da Barra. A SES informa ainda que a amostra coletada pelo município será enviada ao Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses da Fiocruz-RJ, que é referência no assunto, para análise. A previsão é que o resultado fique pronto em até sete dias.
A SES trabalha em parceria com as equipes de vigilância da prefeitura que estão tentando determinar o provável local da infecção, além de fazer a coleta de parasitas (vetores) para serem encaminhados ao Laboratório Central Noel Nutels (LACEN-RJ) para identificação.
Este ano, até o momento, foram registrados 12 casos de febre maculosa e 3 óbitos no Estado do Rio de Janeiro. Em 2020, foram 12 casos e 2 óbitos.
Importante ressaltar que esses dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) no dia 23/9/2021 e estão sujeitos à revisão."

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