O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), pediu que a Procuradoria-Geral da República processe o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, por "abuso de autoridade e denunciação caluniosa".
O deputado entrou com uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, dia da votação final do relatório da CPI. A defesa de Barros argumenta que os senadores da comissão alimentaram "inúmeras acusações, especulações e ilações" contra ele "com o notório propósito de desgastá-lo (bem como desgastar o Governo) perante a opinião pública".
No relatório de Renan, é sugerido o indiciamento de Barros por incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa.
"O relatório final da CPI da Pandemia não possui materialidade. Está baseado em narrativas que foram desmontadas", argumenta Barros em nota.
No relatório, Renan pede que a Receita Federal investigue as empresas de Barros. Indícios citados apontariam, segundo o texto final da CPI, que nas firmas há "uma prática própria de quem oculta a origem dos recursos (por exemplo, por corrupção)" e lavagem de dinheiro.
"Todos os depoentes ouvidos negaram a minha participação na negociação das vacinas. Foram quebrados sigilos meus e das minhas empresas e nada foi encontrado. A denúncia é abuso de autoridade", rebate Barros.
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Barros foi investigado pela CPI da Covid pela participação na negociação da vacina Covaxin — uma empresa em que seu amigo Marcos Tolentino seria sócio oculto, a FIB Bank, foi fiadora do negócio.
Ele já é processado por improbidade por supostamente ter atuado em favor da Global Saúde, sócia da Precisa Medicamentos, que vendeu a Covaxin, quando foi ministro da Saúde.
Barros também é acusado no relatório de ter levado empresários da Belcher Farmacêutica ao Ministério da Saúde, o que seria enquadrado como advocacia administrativa.