Às vésperas da apresentação do relatório final da CPI da Covid, do qual deve ser um dos alvos, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou nesta segunda-feira que médicos estão sendo "perseguidos" por pessoas que "nada entendem de medicina".
Pinheiro, que é uma das principais defensoras dentro do governo de tratamentos ineficazes contra a Covid-19, fez a declaração durante evento do Ministério da Saúde em homenagem ao Dia do Médico, celebrado nesta segunda-feira. Ao lado dela, o ministro Marcelo Queiroga também defendeu a autonomia dos médicos.
"Não sabíamos que teríamos ao longo de uma pandemia o desafio de enfrentar pessoas que não conhecem a arte médica, nada entendem de medicina e passaram a questionar a nossa autonomia, o direito da nossa relação médico-paciente, o direito das nossas escolhas, o direito de salvar vidas. Fomos questionados, estamos sendo perseguidos, desafiados a não exercer essa autonomia para qual nós fomos formados", discursou Pinheiro.
A secretária está na lista oficial de investigados da CPI da Covid e deve ser citada no relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), programado para ser apresentado na próxima quarta-feira. Em agosto, a CPI chegou a aprovar um pedido para Pinheiro ser afastada do cargo.
Na mesma cerimônia, Queiroga afirmou que o vínculo entre médico e paciente "não pode ser quebrado por quem quer que seja, nem pelo Estado":
"É por isso que a relação médico-paciente tem que ser baseada na autonomia. Autonomia do médico e do paciente. O vínculo médico-paciente é um vínculo inquebrantável. Ele não pode ser quebrado por quem quer que seja, nem pelo Estado. É uma relação entre a consciência e a confiança, a consciência do médico e a confiança do paciente".