A prisão de Aylson Proença Doyle Linhares, acusado de estupro de vulnerável contra um menino de 12 anos, surpreendeu e chocou os moradores do condomínio onde o homem vivia em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio. Ao chegar na casa do acusado, os policiais da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) se depararam com um vasto material nazista, como bandeiras, uniformes, carteira de partido nazista com a foto dele, além de armas e munição .
"Nunca iríamos imaginar que um vizinho, que nunca tínhamos visto e só fomos perceber há cerca de dois meses, fosse fazer uma coisa tão nojenta como essa. É um condomínio tranquilo, com pessoas de bem e crianças brincando na rua", disse um vizinho.
A polícia chegou até o acusado após um vizinho do condomínio onde Doyle mora denunciá-lo à polícia por ter importunado o filho dele, de 12 anos. A partir do registro, policiais da 42ª DP apuraram que o suspeito tentava agarrar crianças dentro do condomínio.
"Nunca imaginaríamos um doente como esse sendo nosso vizinho", afirmou a mãe de uma das crianças
Com base nessas informações, os delegados Luiz Mauricio Armond, titular da distrital, e Talita Carvalho, assistente na 42ª DP, obtiveram da Justiça um mandado de prisão temporária contra Doyle por tentativa de estupro e um mandado de busca e apreensão. Ambos foram cumpridos nesta terça-feira.
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"Nunca podia imaginar que meu filho estivesse em perigo na porta da minha casa", afirmaram os pais do menor de 12.
Na residência dele, os policiais encontraram pelo menos 12 fardas nazistas originais, inclusive da SS — a Schutzstaffel, ou Tropa de Proteção, organização paramilitar ligada ao Partido Nazista — nove armas, entre pistolas, revólveres e fuzis, bandeiras nazistas, um quadro de Adolf Hitler, memorabilia nazista e um documento da SS com a foto de Doyle vestido com uma farda da SS e a "patente" de obergruppenführer (o equivalente, na SS, ao posto de general).
Também foram encontrados na redisência de Doyle, recortes de jornal dos anos 1950 sobre nazismo e fascismo, medalhas do Terceiro Reich, miniaturas de estátuas, veículos e submarinos e um capacete militar, entre dezenas de outros itens.
Ao Globo, Doyle estimou se sua coleção valha entre 3 e 4 milhões de euros (aproximadamente R$ 19 milhões a R$ 25 milhões). Ele alegou que apenas uma das fardas vale 250 mil euros. Doyle disse não acreditar que o Holocausto existiu e que tudo foi um "complô dos judeus". Em virtude das armas e do material encontrados na casa, Doyle também será autuado em flagrante por porte ilegal de arma e discriminação racial.
A quantidade de itens nazistas encontrados na casa de Doyle chocou o presidente da Federação Israelita, Alberto Klein:
"A cada dia constatamos, infelizmente, o aumento de células nazistas e ideologias discriminatórias criminosas. Conclamo as autoridades em todas as esferas que monitorem de forma mais ativa essa triste tendência e que invistam esforços para que a diversidade seja respeitada de forma ampla. A sociedade civil deve condenar e ficar sempre alerta, para o bem de nosso país".