O delegado Ricardo Viana, chefe da 6ª DP
Reprodução O Globo
O delegado Ricardo Viana, chefe da 6ª DP

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou nesta quarta-feira uma operação contra um grupo que, de acordo com as investigações, instigava integrantes por meio de redes sociais a cometerem o suicídio. Eles passavam orientações às vítimas também por meio de aplicativo de mensagens instantâneas. Quatro pessoas foram presas e uma ainda é procurada. Todos foram indiciados. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três estados — Goiás (três endereços), São Paulo (três endereços) e Rio de Janeiro (um endereço) —, além do DF.

De acordo com o delegado-chefe da 6ª DP, Ricardo Viana, que está à frente das investigações, a apuração sobre o grupo começou há sete meses, após a polícia ser comunicada a respeito de duas mortes:

"Uma vítima de 21 aos faleceu na região do Paranoá (no DF). Essa vítima ingeriu uma substância que lhe causou a morte. Um mês depois, a amiga dessa vítima também faleceu ao se suicidar ingerindo a mesma substância. Após chegada do laudo pericial dos computadores e do aparelho celular apreendido na residência da primeira vítima, nós chegamos à conclusão que elas faziam parte de um grupo de WhatsApp chamado CTBus. As investigações demonstraram que CTBus faz referência ao termo catch the bus, em inglês temática que faz referência ao suicídio. Nós conseguimos mapear o núcleo desse grupo de WhatsApp e chegamos aos quatro indivíduos."

O policial detalhou como agiam os suspeitos.

"Primeiramente, eles recebiam os novos integrantes, os deixavam bem confortáveis. Falavam que entendiam a sua dor, no intuito de tentar ceifar as suas próprias vidas e, após uma breve ambientação, eles começaram a instigar e auxiliar essas pessoas a se suicidarem", disse ele.

Viana afirmou ainda que uma das jovens mortas seguiu orientações dos suspeitos para ingerir a substância venenosa:

"A vítima, aparentemente, por meios próprios, teria ingerido a substância para testar os efeitos dela, no intuito de cometer o auto-extermínio. Porém, ao perceber os efeitos graves da substância, a jovem teria pedido socorro aos pais, ainda dentro da residência, quando contou o que havia feito. Apesar do atendimento imediato, a jovem não resistiu e veio a falecer em um hospital da região leste da cidade."

De acordo com a Polícia Civil, as investigações comprovaram que alguns dos integrantes do grupo supostamente "associaram-se virtualmente, de forma estável e permanente, para instigar e auxiliar pessoas suscetíveis à prática do auto-extermínio".

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